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Sodoma

Suposto "braço armado" de Silval, coronel PM alega crise financeira, demite advogado e pede defensor público

23 Nov 2016 - 09:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

José Jesus Nunes Cordeiro

José Jesus Nunes Cordeiro

O ex-secretário adjunto de Administração de Mato Grosso e Coronel da Polícia Militar, José de Jesus Nunes Cordeiro, não possui mais condições financeiras para manter um advogado de defesa e solicitou um defensor público. O pedido consta do despacho assinado pela magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal.


Considerado “braço armado” da organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa, José Jesus Nunes Cordeiro está preso deste setembro de 2015 na base do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), em Cuiabá. Ele é acusado de atuar como articulador de um esquema que pode ter desviado cerca de R$ 30 milhões dos cofres públicos do Estado. 

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Com a decisão, o réu deixará de ser representado pelo escritório da advogada Iliete Yung e passará a ser defendido pelo próprio Estado, por meio da Defensoria Pública. A medida vai à contramão de sua conta bancária, que recebe mensalmente cerca de R$ 20 mil, por sua aposentadoria como Coronel da PM.

"Certifico e dou fé, que em cumprimento ao Mandado de Citação e Intimação, no dia 14 de novembro às 14h45min compareci Bope e ali após as formalidades legais, procedi a intimação do senhor José de Jesus Nunes Cordeiro, réu, que bem ciente ficou de todo o teor da presente ordem judicial, que lhe li, aceitou a contrafé, que lhe foi oferecida e em seguida exarou sua assinatura no documento. Certifico também que o réu se manifestou verbalmente informando que não manterá a constituição de seu advogado privado e necessitará da tutela do estado em razão de sua atual condição financeira. Certifico ainda que o réu se manifestou de próprio punho que recebeu o CD referente aos autos", consta do despacho nos autos da ação penal oriunda da "Operação Sodoma 4". 

Jesus Cordeiro era responsável por licitações na Secretária de Administração. A tarefa correspondia ao cargo de secretário adjunto que o PM ocupava. Para o MPE, porém, o nome era mais uma peça com papel definido no grupo criminoso liderado pelo ex-governador.

“[...] não se exija que os autos demonstrem que cada um dos investigados tenha ameaçado testemunhas. E óbvio que em uma organização criminosa nem todos os membros agem com truculência: tal tarefa geralmente é delegada a quem tem mais propensão para esse tipo de delito, que no caso era o policial militar e ocupante de cargo de confiança [...]”, afirma a magistrada em sua determinação de prisão.

Tais ameaças, supostamente a mando de Silval Barbosa, serviam para atrapalhar os andamentos processuais pertinentes às investigações da Operação Sodoma.

Em juízo, submetido a interrogatório, o Coronel nega veementemente participação no suposto esquema criminoso.
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