A Receita Federal não mudou o foco da fiscalização e continua monitorando a declaração de grandes contribuintes. A garantia é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que admitiu hoje (8) que a crise e a arrecadação têm levado a Receita a adiar parte das restituições.

“Não tem procedência achar que mudamos o foco da Receita, que tinha sido estabelecida por mim tem algum tempo. Os grandes contribuintes são o foco principal por uma questão de lógica”, disse.

Segundo o ministro, os grandes contribuintes são mais fáceis de identificar por serem em número menor e por isso mesmo é ilógica a ideia de que a Receita tenha mudado o foco na hora de investigar quem sonega impostos.

O ministro lembrou que o governo dá tanta importância à fiscalização dos setores mais fortes economicamente que a Receita Federal tem um divisão voltada apenas para os grandes contribuintes.

Quanto ao tempo que a restituição do Imposto de Renda irá levar este ano para ser liberada para as pessoas físicas por causa da queda na arrecadação, o ministro disse que tem sido priorizado o contribuinte que tem uma restituição menor porque "supõe-se que é quem tem menor faixa de renda". Também, lembrou, que são priorizados aqueles que não tem problema com o fisco.

“Nós estamos agindo de forma absolutamente normal com relação a isso. Apenas com uma diferença. Em um ano de caixa mais baixo, nós demoramos mais para fazer a restituição. Um ano de caixa mais alto, a gente até antecipa a restituição”, disse.

Este ano, foram programados sete lotes regulares de restituição do Imposto de Renda. O primeiro foi pago em junho e o último está previsto para dezembro. A partir desta data, o contribuinte terá que esperar a inclusão em lotes residuais.