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Tecnologia do maior comprador de soja de MT pode ajudar a diversificar modelo energético, sustenta Gabeira

13 Jun 2012 - 17:20

Do Rio de Janeiro - Renê Dióz, enviado especial

Foto: Renê Dióz/OD

Tecnologia do maior comprador de soja de MT pode ajudar a diversificar modelo energético, sustenta Gabeira
Justamente o país que mais importa a soja produzida em Mato Grosso pode vir a se tornar o facilitador da adesão do Estado à energia solar em larga escala, um modelo mais limpo de geração energética que o atual, baseado majoritariamente na exploração de recursos hídricos. Foi o que sustentou o ambientalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira, um dos participantes ilustres desta quarta-feira da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acaba de ter início na capital fluminense.


O tema energia é um dos mais controversos esperados para o debate de líderes internacionais no Rio+20 em prol de uma economia verde; é onde geralmente se evidencia a contraposição entre crescimento econômico e preservação.

Nesse viés, Gabeira atentou para o fato de que Estados como Mato Grosso, em franca produção, podem passar a buscar na China (por sinal, compradora de 62% da soja mato-grossense de janeiro a abril) tecnologia barata o suficiente para deixar de basear sua geração apenas nas usinas hidrelétricas e suas variantes, como as polêmicas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) – afastando a escusa até então utilizada de que modelos fotovoltaicos são proporcionalmente caros e inviáveis economicamente.

O gigante asiático tem experimentado nos últimos anos uma posição de domínio sobre a tecnologia para produção em massa de energia solar fotovoltaica, por meio de projetos apoiados tanto na pesquisa científica quanto em subsídios governamentais.

“Mato Grosso teria uma grande possibilidade no campo da energia solar, sobretudo porque agora a energia solar já não é mais cara como no passado. A China conseguiu uma série de avanços tecnológicos e barateou muito o processo”, argumentou Gabeira.

O ex-deputado também mencionou relatório bianual da Agência Internacional de Energia divulgado ontem, segundo o qual “do ponto de vista da energia, o mundo já tem tecnologia para superar todos os problemas”. Naturalmente, a recomendação da Agência, segundo o ambientalista que acompanha os debates da Rio+20, é pelo investimento em energia eólica, mas esta é mais adequada para regiões costeiras.

Ele esclareceu, entretanto, que não se trata de impor um modelo de produção energética único, baseado em formas consideradas limpas; a idéia é diversificar. Tanto que as próprias PCHs, as quais já geraram impasses ambientais em Mato Grosso e viraram alvo até de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), podem integrar uma rede de fontes energéticas diversificadas, desde que devidamente regulamentadas, defendeu Gabeira.

O detalhe é que as próprias PCHs, hoje criticadas por diversos setores ambientalistas, foram originalmente desenhadas com base na estrutura das usinas hidrelétricas, mas em menor tamanho, com o objetivo de minimizar a degradação provocada pelas usinas.




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