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Sábado, 18 de maio de 2024

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Após recessão, crescimento do Wal-Mart é menor

Foi um começo de ano animador para muitos dos grupos de varejo dos Estados Unidos. Grandes cadeias como Home Depot e Saks reportaram na quinta-feira resultados que sugerem o início de uma recuperação em categorias prejudicadas pela recessão, como produtos para a casa e bens de luxo.


Ao mesmo tempo, a Wal-Mart Stores, que saiu bem durante a recessão porque os consumidores estavam dando preferência aos preços baixos, reportou crescimento lento em suas lojas nos Estados Unidos.

Os analistas do setor de varejo dizem que, com a recuperação da economia, os consumidores que acorreram ao Wal-Mart na recessão agora voltaram a procurar outras lojas.

"Perdemos parte dos clientes que havíamos conquistado?", disse Thomas Schoewe, vice-presidente executivo e financeiro da Wal-Mart, em conversa telefônica com jornalistas na terça-feira. "Possivelmente sim".

Mas Schoewe disse que um motivo mais significativo para o declínio de 1,4% nas lojas do grupo era a alta no preço da gasolina, que está mais de 40% acima da média do ano passado; isso impede que os consumidores básicos do Wal-Mart comprem com a mesma frequência e gastem os mesmos montantes.

A Wal-Mart, maior cadeia de varejo dos Estados Unidos e barômetro quanto aos hábitos de consumo do país, afirmou que, a despeito dos sinais mais amplos de recuperação econômica, os consumidores americanos mais pobres continuam sob pressão. Um exemplo mencionado pela empresa foi o uso de vales-alimentação governamentais pelos seus clientes, que segundo a companhia está bem mais alto do que no ano passado.

"Mais que nunca, nossos clientes vivem de salário a salário", disse Schoewe. "Estão muito preocupados com suas finanças pessoais".

Mesmo assim, a receita da Wal-Mart subiu em 10% graças ao forte crescimento internacional e a cortes de custos.

"O consumidor de baixa renda parece enfim estar saindo da recessão", disse Bill Dreher, analista sênior de pesquisa na Deutsche Bank Securities. "Mas apesar da lentidão a companhia mostrou desempenho impressionante em termos de receita".

Para o trimestre encerrado em 30 de abril, a Wal-Mart lucrou US$ 3,32 bilhões, ou 88 centavos de dólar por ação, ante US$ 3,02 bilhões, ou 77 centavos por ação, no período em 2009. As vendas do trimestre, o primeiro no ano fiscal da Wal-Mart, subiram em 6%, para US$ 99,1 bilhões. As vendas nas unidades americanas em operação há pelo menos um ano caíram em 1,4% ante o total do período em 2009.

Embora o alto desemprego e os preços da gasolina tenham prejudicado os resultados da Wal-Mart no país, outros fatores também influenciaram. Um deles foi o abandono de certas marcas pela empresa, para criar prateleiras de aparência mais enxuta. Eduardo Castro-Wright, presidente das operações norte-americanas da Wal-Mart, declarou em telefonema pré-gravado que a empresa restauraria algumas dessas marcas, entre as quais 300 produtos em sua seção de mantimentos.

"Se cometemos alguns erros, os corrigiremos", disse Schoewe. "Ouviremos o consumidor e faremos a coisa certa".

As vendas fracas de produtos de compra não obrigatória, entre os quais roupas, um dos segmentos problemáticos para a empresa, também prejudicaram os resultados. A Wal-Mart afirmou que enfrentou forte concorrência no trimestre. Para se diferenciar dos rivais, ela está oferecendo novos cortes de preços. Só será possível determinar sua eficiência quando do próximo anúncio de resultados.

As ações da Wal-Mart fecharam em alta de 1,85% na terça-feira, cotadas a US$ 53,71.

Também na terça-feira, a Home Depot, maior cadeia nacional de varejo de produtos para a casa, disse que nos três meses encerrados em 2 de maio seu lucro foi de US$ 725 milhões, ou 43 centavos de dólar por ação, ante US$ 514 milhões, ou 30 centavos de dólar por ação, no período em 2009. As vendas do trimestre, o primeiro no ano fiscal da empresa, subiram em 4,3% ante o período em 2009, para US$ 16,9 bilhões. As vendas nas lojas abertas há pelo menos um ano subiram em 4,8%. As vendas nas lojas abertas há pelo menos um ano nos Estados Unidos subiram em 3,3%, a primeira alta trimestral desde o final de 2005.

As vendas cresceram em quase todas as regiões que a Home Depot atende, mesmo na Flórida e Califórnia. Todos os departamentos também registraram alta de vendas. A Home Depot, sediada em Atlanta, atribui boa parte de seu crescimento a vendas de bens sazonais tais como fertilizantes, ferramentas de jardinagens, churrasqueiras e cortadores de grama.

Embora os resultados tenham superado as expectativas dos analistas, os executivos do grupo tentaram conter o entusiasmo. As vendas dos itens de compra não obrigatório e preço mais elevado -adquiridos por empreiteiros e construtoras- continuam fracas, ainda que tenham melhorado.

As transações de valor superior a US$ 900, que representam cerca de 20% das vendas na companhia, caíram em 1,4% no trimestre. Nos Estados Unidos, o montante médio por transação do trimestre recuou em 1,3%, para US$ 52,01. As ações da Home Depot caíram em 2,42% na terça-feira, para US$ 34,73.

Outro setor que vem mostrando alta é o de produtos de luxo.

A Saks, rede de varejo de produtos de luxo, anunciou lucro de US$ 18,8 milhões, ou 11 centavos de dólar por ação, nos três meses encerrados em 1° de maio, em contraste com o prejuízo de US$ 5,1 milhões, ou quatro centavos de dólar por ação, no período em 2009. As vendas do trimestre, o primeiro no ano fiscal da empresa, atingiram os US$ 667,4 milhões, ante US$ 624,3 milhões no período em 2009. As vendas nas lojas em funcionamento há pelo menos um ano subiram em 6,1% ante o período no ano anterior.

As ações da Saks caíram em 4,28% na terça-feira, fechando a US$ 8,94.

Stephen Sadove, presidente-executivo e do conselho da empresa, disse que os resultados haviam superado suas expectativas e que a Saks, sediada em Nova York, estava mudando de atitude, "da defensiva para a ofensiva". Embora as vendas de produtos de luxo estejam abaixo de seu pico durante o boom, a Saks diz que o número de compradores está em alta, mais mercadorias estão sendo vendidas pelo preço pleno e as vendas de roupas, bolsas, sapatos e joias estavam fortes.

"Sinto-me muito bem quanto às perspectivas do setor", disse Sadove na terça-feira. "Um ano e meio ou dois anos atrás as pessoas estavam perguntando se o setor de bens de luxo estava morto, e se alguém um dia voltaria a comprar produtos pelo preço pleno. Descobrimos este ano, e certamente neste trimestre, que os consumidores estão pagando preço pleno e respondendo ao conceito de escassez, e que amam marcas".

Outros grupos de varejo que anunciaram resultados na terça-feira incluem a Abercrombie & Fitch, cadeia de roupas caras para adolescentes, e a TJX Companies, que controla redes de varejo de roupas a baixo preço como a TJ Maxx, Marshalls e Home Goods.

Nos três meses encerrados em 1° de maio, a Abercrombie & Fitch registrou prejuízo de US$ 11,8 milhões, ou 13 centavos de dólar por ação, ante prejuízo de US$ 59,2 milhões, ou 68 centavos de dólar por ação, no ano passado.Durante a recessão, a Abercrombie & Fitch perdeu mercado para lojas de roupas mais baratas.

A TJX, que prosperou quando os consumidores abandonaram marcas mais caras em troca de pechinchas, lucrou US$ 331 milhões, ou 80 centavos de dólar por ação, nos três meses encerrados em 1° de maio, ante US$ 209 milhões, ou 49 centavos de dólar por ação, no período um no atrás.

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