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Silval admite a parlamentares ter medo de derramamento de sangue na gleba Suiá Missú

11 Jul 2012 - 11:21

De Brasília - Marcos Coutinho / Da Redação - Renê Dióz

Foto: Olhar Direto

Silval admite a parlamentares ter medo de derramamento de sangue na gleba Suiá Missú
O governador Silval Barbosa (PMDB), em reunião com os parlamentares mato-grossenses no gabinete do senador Jaime Campos (DEM), admitiu ter receio sobre o risco de haver grave conflito na região de Suiá Missú e pediu apoio da bancada no sentido de arregimentar apoio de todos os partidos políticos para pressionar o governo federal – sobretudo a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Justiça e a Casa Civil – em busca de uma saída pacífica para o conflito agrário envolvendo índios xavantes.


Com respaldo do deputado Wellington Fagundes (PR), Silval ressaltou que o risco de conflito armado é grande caso seja confirmada a desintrusão dos não-índios nas terras demarcadas como reserva indígena Maraiwatsede, conforme determinado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

“Temos que fazer alguma coisa, apesar da boa vontade da ministra-chefe da Casa Civil, Gleice Hoffman. A situação é muito grave”, frisou o governador.

“Sob pressão, as pessoas que estão lá não medirão conseqüências para garantir seu direito à posse. E, muitas vezes, a inconseqüência é um grave problema. Não podemos ter derramamento de sangue e nem morte. É a última coisa que nós queremos. Isso não pode ocorrer”, ponderou Silval.

Conflito agrário

A tensão tem se intensificado na região das terras de Suiá Missú devido aos últimos desdobramentos na Justiça sobre o embate entre xavantes e posseiros da área. Demarcada em 1998 como reserva indígena, a área consistia em terras remanescentes da antiga fazenda denominada Suiá Missú.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ao longo dos anos as terras foram comercializadas indevidamente e famílias de baixa renda também foram assentadas para servirem como “massa de manobra” dos não-índios em sua tentativa de perpetuar a posse sobre os mais de 165 mil hectares do local.

Enquanto isso, teve lugar um embate jurídico entre a União e os fazendeiros. Tal embate teve seu ponto alto no último mês, quando o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) derrubou liminar que, até então, garantia a permanência dos posseiros, determinando consequentemente prazo de 20 vinte para a Funai elaborar um plano de desintrusão – a ser cumprido, se necessário, com uso de força policial.

Insatisfeitos com a demora pela retomada de suas terras, do outro lado os índios xavantes liderados pelo cacique Damião Paridzané anunciaram, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade no Rio de Janeiro (Rio+20), que partirão para o uso da força caso não seja cumprida a decisão judicial que determina a retirada dos não-índios.

“Encurralados” juridicamente e alegando que a Funai fraudou documentos para justificar o deslocamento da área demarcada como terra indígena, os fazendeiros agora buscam uma solução política para uma questão praticamente superada na Justiça. Um dos últimos atos neste sentido foi um protesto que bloqueou a rodovia federal BR-158 por cerca de uma semana, prejudicando mais de dez cidades no entorno da gleba, na região do Araguaia.




Mais informações em instantes / Atualizada às 11h31 / 2ª atualização às 12h17
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