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Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Política BR

Para preservar Sarney, aliados vão responsabilizar DEM pela crise do Senado

Na tentativa de ganhar força na crise política que atinge a imagem do Senado, aliados do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e o grupo que defende seu afastamento devem lançar mão de novas estratégias. Senadores que apoiam o peemedebista querem dividir com o DEM a responsabilidade pela crise, enquanto parlamentares que cobram a licença temporária estudam transferir as discussões para o Conselho de Ética.


Os aliados de Sarney passaram o fim de semana fazendo as contas e sustentam que até 54 dos 81 senadores estão do lado do peemedebista. Para evitar um novo desgaste para o presidente da Casa, ameaçam divulgar dados comprometedores contra senadores do DEM que comandaram nos últimos anos a primeira secretaria do Senado --que é uma espécie de tesouraria da Casa.

Para tirar Sarney do foco das denúncias esperam encontrar problemas nos contratos terceirizados, envolvimento no suposto esquema de fraude nos empréstimos consignados e decisões administrativas comprometedoras.

Os senadores do DEM, PSDB, PDT, PSOL e dissidentes do grupo de apoio do presidente do Senado, como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), por outro lado, se reúnem amanhã para afinar o discurso. A ideia é discutir medidas que possam quebrar a resistência de Sarney em deixar o cargo.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), vai defender que Sarney seja mais uma vez denunciado ao Conselho de Ética. Desta vez, o motivo seria a interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu favor.

"Foi um encontro às escuras. Não precisaria nem investigar. O presidente Sarney desmoralizou o Senado na sexta-feira. Ele transformou o Parlamento em um ministério, não respeitando o preceito constitucional de separação entre os Poderes", disse.

Sarney foi denunciado na semana passada pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ao Conselho de Ética por causa dos atos secretos. O PSOL entrou com uma representação por quebra de decoro parlamentar também pelas decisões administrativas que foram mantidas em sigilo. O problema é que o colegiado está desativado e depende das indicações líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) --principal aliado de Sarney, para voltar a funcionar e analisar as medidas.

O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), é mais cauteloso e diz que o importante é estabelecer uma ação conjunta. "A situação não pode ficar desta maneira. O Senado precisa de uma solução rápida para reverter essa crise", disse.

Em meio às negociações, a bancada do PT também deve se reunir para fechar um posicionamento sobre o apoio político ao presidente do Senado. Os petistas estão divididos entre apoiar a governabilidade, sustentando uma possível aliança com o PMDB em 2010 --como defende o presidente Lula-- ou manter a convicção da bancada de que o afastamento de Sarney seria a melhor saída para contornar a crise que atinge a imagem da Casa.
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