Entre os fatores de peso na balança política para todo o grupo liderado pelo ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) e do deputado federal Fabio Garcia (PSB) está a articulação nacional de Democratas em reunir parlamentares de diversas legendas, especialmente do PSB, para reformular o partido visando a eleição de 2018.
Leia mais:
Foco de dissidentes do PSB em Mato Grosso no 2º semestre será retomar o partido, diz Fabio Garcia
Os principais líderes do DEM em nível nacional, o senador Agripino Maia, presidente do partido, o senador Ronaldo Caiado, um dos presidenciáveis, e o presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia, liderança de maior expressão na atualidade, conversaram pessoalmente com Fabio Garcia para tratar do assunto.
O objetivo é amarrar um acordo para Fabio Garcia, Mauro Mendes, Adilton Sachetti, Eduardo Botelho, Max Russi, Oscar Bezerra e Mauro Savi, que atualmente disputam com Valtenir Pereira (PSB) o comando do PSB em MT, migrem juntos para o DEM. Eduardo Botelho e Mauro Savi já demonstraram publicamente inclinação em aceitar o convite.
Com a ascensão de Rodrigo Maia no cenário nacional, o DEM planeja aumentar as fileiras de deputados federais e se prepara para ter candidato próprio a Presidência da República. Com isso, Mato Grosso, potência nacional do agronegócio, é visto como campo político estratégico para se ter mais força.
Entretanto, Mauro e Fabio querem ir até o fim pelo comando do PSB. Na sigla, eles e o restante do grupo possuem a comodidade de serem as maiores lideranças em nível de Estado. Apesar de o deputado federal Fabio Garcia ter assumido a presidência do partido, ele e Adilton Sachetti, o outro federal da sigla, dividiram a gerencia estadual nos diretórios municipais de acordo com o resultado das eleições em 2014; quem teve mais voto em determinado município era quem “apitava”. Assim, Garcia, que teve votos concentrados no Vale do Rio Cuiabá, controlava até menos diretórios que Sachetti.
Já entre os estaduais, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, é quem atua diretamente com a base no Vale do Rio Cuiabá. O deputado licenciado Max Russi atua na região Sul do Estado, a partir de Jaciara, enquanto Oscar Bezerra se faz presente no extremo norte do Estado. Mauro Savi e Adriano Silva chegaram na janela partidária de 2016 e preenchem o Médio Norte e a região Oeste. Com essa divisão, os deputados não disputam entre si por votos.
Se tiverem que migrar para outra sigla, cada um deles poderá encontrar outros líderes de expressão na mesma região, causando uma disputa interna. Além disso, a maioria dos outros partidos em Mato Grosso possui um “cacicado”, onde alguém lidera a sigla com “pulso firme” e sem o mesmo espaço para decisões conjuntas com as quais estão acostumados.
