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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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DURANTE AUDIÊNCIA

Lideranças cobram autonomia na educação indígena e melhoria na estrutura física das escolas em MT

Foto: Ronaldo Mazza

Lideranças cobram autonomia na educação indígena e melhoria na estrutura física das escolas em MT
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) recebeu, nesta segunda-feira (11), lideranças de diferentes povos indígenas do estado, para uma Audiência Pública a respeito da educação dos povos originários. O encontro, mediado pelo deputado Lúdio Cabral (PT), contou ainda com a participação do secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto. Na ocasião, as representações cobraram maior autonomia e melhorias nas estruturas físicas das escolas. 


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Entre os participantes, estavam professores, que relataram diversos problemas nas unidades escolares, como: salas multisseriadas, dificuldade com o sistema de web ponto, estrutura física comprometida, falta de merenda e outros. Além da solução desses problemas, as lideranças também cobraram a elaboração de processos pedagógicos e material didático específico. 

A reivindicação também passou pela necessidade de contratação de professores indígenas e a realização de concurso público. O presidente do Conselho Estadual Escolar Indígena, Filadelfo de Oliveira Neto Umutina, lembrou que o único concurso foi realizado há 17 anos.

“Quando falamos de educação escolar indígena, estamos falando da nossa educação, e não da educação pensada pela sociedade. Nós sabemos e conhecemos a nossa realidade. Apesar de discutirmos muito na academia a educação indígena e a interculturalidade, a educação pensada pela sociedade não indígena é muito colonial ainda. A resistência que nossos ancestrais deixaram é uma herança que continuaremos atualizando”, afirmou o mestre em linguística e professor Iranildo Arowaxeo'i Tapirapé.

A professora Chikinha Nezokemaero Paresi lembrou da necessidade de pensar a preservação da cultura e das línguas dos numerosos povos indígenas que vivem em Mato Grosso. “Cuiabá é terra indígena. Porque era território dos nossos ancestrais, mesmo que não estejamos aqui. Precisamos de política linguística. Em Mato Grosso vivem 43 povos, e somos o segundo estado com maior número de falantes indígenas”, afirmou.

Segundo Lúdio, há a necessidade de fortalecer o Conselho Estadual Escolar Indígena, com realização de reuniões periódicas, e com decisões respeitadas pela Seduc. “Também é necessário organizar o funcionamento prático das escolas indígenas, desde o sistema de ponto, até a importância de as escolas serem próximas de onde os povos vivem, nas aldeias. Há muitos problemas de estrutura nas escolas, e falta de formação e de contratação de profissionais indígenas para as escolas indígenas”, citou.

A presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo, relembrou a necessidade de um olhar direcionado aos povos indígenas por parte dos poderes. Para Eliane, as políticas públicas voltadas aos povos originários devem ser implementadas. 

“Esta Casa de Leis também é nossa. Somos cidadãos indígenas. Há inúmeros problemas estruturais na educação e, por isso, precisamos de políticas públicas eficazes que atendam os indígenas”, disse.

Estiveram na audiência indígenas das etnias Guató, Chikitano, Mundurucu, Bororo, Terena, Myky, Rikibaktsa, Kayabi, Nhambiquara, Kayapó, Bakayri, Pareci, Kalapalo, Matipú, Umutina, Kayabi, Apiacá, Khisetje, Tapayuna, Tupinambá e Xavante. Também participaram da discussão o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Gilberto Vieira, a vice-reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Nilce Maria, o procurador da República Ricardo Pael e o defensor público da União Renan Sotto Mayor.

Acampamento Terra Livre 

A convocação abriu a programação do Acampamento Terra Livre Mato Grosso, organizado pela Fepoimt, que reúne 43 etnias em Cuiabá nesta semana. O encerramento vai ser na quinta-feira (13), com a audiência pública requerida por Lúdio para discutir direitos dos povos originários nas áreas de educação, saúde, sustentabilidade e uso da terra, na praça do Monumento Ulisses Guimarães, a partir das 9h.
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