Olhar Direto

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Política MT

NA BRONCA

Mauro reclama de texto da reforma tributária e diz que relator não cumpriu com compromissos

26 Jun 2023 - 11:21

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Mauro reclama de texto da reforma tributária e diz que relator não cumpriu com compromissos
O governador Mauro Mendes (União) demonstrou estar "na bronca" com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que não teria acatado algumas propostas e cumprido com compromissos firmados com governadores, ante da apresentação do seu parecer sobre as mudanças no sistema tributário brasileiro que tramitam na Câmara dos Deputados.


Leia também
Governo cita ‘invasão de competência’ e veta projeto que proíbe nomeação de condenados por violência doméstica


De acordo com Mauro, a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) ainda analisa tecnicamente a proposta para apresentar um parecer sobre o texto. Adiantou, no entanto, que um dos pontos não atendidos é a manutenção do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). Segundo estimativa do Palácio Paiaguás, Mato Grosso poderá perder até R$ 7 bilhões anuais a partir de 2024.

“Não gostei do que eu vi. É muito ruim para Mato Grosso. E vamos aprofundar. Hoje, durante o dia, eu vou receber um relatório da Secretário de Fazenda, com algumas análises mais detalhadas, porque esse tema é um tema complexo e difícil compreensão pela grande maioria absoluta dos brasileiros. E vamos ter um posicionamento mais claro, mas preliminarmente na forma como o texto é apresentado” disse, nesta segunda-feira (26).

“O relator não cumpriu com alguns compromissos de preservar, por exemplo, o FETHAB, que é um fundo importante para o investimento em infraestrutura que acabaria. E ali nós vamos ter uma perda de receita gigantesca se aquilo fosse implantado da noite para o dia. Existe uma transição lenta, mas o caminho que vai levar no final dessa transição, a priori, é muito ruim para Mato Grosso”, completou.

O governador pontuou que irá continuar conversando com governadores do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, no sentido de pressionar os deputados a mudarem no texto os pontos que ainda são prejudiciais aos Estados das regiões. A expectativa é que a matéria seja votada ainda em julho.

“Em breve a gente vai soltar, para facilitar a compreensão de todos, os principais pontos negativos que a gente tem ali na reforma. Então eu prefiro passar isso através de um papel oficial para a nossa visão, até para que não haja divergência de interpretação. Porque é um tema de pouco domínio da grande maioria, então nós vamos fazer em breve um posicionamento oficial do governo do estado de parte”, pontuou.

O texto

Entre os pontos principais, o texto traz a substituição de impostos federais e estaduais por uma cobrança única, alíquota menor para saúde, educação e cesta básica, "cashback" para as classes menos favorecidas e IPVA para jatinhos, iates e lanchas.

Na proposta de reforma tributária, cinco impostos que existem hoje seriam substituídos por dois IVAs — por isso, esse modelo é chamado de IVA dual. No lugar de três tributos federais (PIS, Cofins e IPI), entra a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal; no lugar do ICMS (estadual) e do ISS (municipal), entra o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), com gestão compartilhada entre estados e municípios.

O texto preliminar da reforma prevê também a criação de uma alíquota padrão, uma alíquota reduzida e isenção para alguns produtos e serviços. Não há indicação, porém, do valor dessas alíquotas.

Em relação ao período de transição federativa, o relator prevê que o prazo de 2029 até 2078 para aderir ao princípio do destino. Ou seja, ao final do período dessa transição, toda a cobrança será feita no município e no estado onde ocorre o consumo do bem ou do serviço (e não onde o produto é produzido, como acontece hoje).
Entre 2026 e 2032, os cinco tributos existentes hoje (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) serão gradativamente substituídos pelo novo modelo de IVA.

A substituição começa pelos impostos federais. Em 2027, haverá extinção de PIS e Cofins e redução a zero das alíquotas do IPI (exceto na Zona Franca de Manaus, cuja manutenção é proposta no texto de Aguinaldo Ribeiro).

Em 2029, tem início o prazo de transição do ICMS. A transição termina em 2032 e, no ano seguinte, o antigo sistema de tributação (PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS) estará extinto.

A proposta prevê dois fundos que serão custeados com recursos do governo federal. O Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, para compensar benefícios fiscais já concedidos hoje e que estão garantidos até 2032, no valor de R$ 160 bilhões.

Já Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) tem objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Com os recursos, os estados poderão realizar obras de infraestrutura; estimular atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda; e promover o desenvolvimento científico e tecnológico da região.

Tal fundo, no entanto, é um dos pontos sem acordo até o momento. Governadores pediram R$ 75 bilhões por ano para esse fundo, valor acima dos R$ 40 bilhões propostos.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet