O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), negou ao Olhar Direto que tenha recebido “ordens” do Planalto para que suspendesse o empenho de R$ 130 milhões das chamadas emendas de relator para Mato Grosso. O mato-grossense, assim como outros ministros de Lula (PT), tem andado na mira do Centrão no Congresso.

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À reportagem, Fávaro garantiu a manutenção do envio de parte dos recursos destinados a Mato Grosso, por meio do Ministério da Agricultura. Dos cerca de R$ 140 milhões empenhados (etapa que acontece o pagamento) pelo Mapa, foram destinados R$ 130 milhões para sete municípios de Mato Grosso, para a recuperação de estradas em área rural e compra de equipamentos.

Na última semana, reportagem da Folha de S. Paulo afirmava que o Planalto havia vetado o repasse, por conta de supostas pressões do Centrão no Congresso. Segundo o jornal, os parlamentares questionaram a autorização dos repasses com dinheiro que, por acordo firmado com o Governo, seria usado para negociação política com o Legislativo.

De acordo com o ministro, no entanto, não houve determinação nem para que o envio dos recursos fosse cancelado, tampouco para que fosse adotada outra dinâmica na destinação da verba a partir de agora.

Desde o mês passado, após a ameaça da Câmara de derrubar a Medida Provisória (MP) que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, alguns dos principais ministros de Lula têm sido bombardeados pelo Centrão.

Além da Agricultura, sob Fávaro, as ministras da Saúde, Nísia Trindade; do Meio Ambiente, Marina Silva; de Gestão e Inovação, Esther Dweck; da Cultura, Margareth Menezes; e o ministro da Educação, Camilo Santana, também estariam passando por uma espécie de processo de “fritura”.

Nos bastidores, a principal queixa seria o desprezo dos ministros a acordos selados com deputados e senadores, principalmente no que diz respeito às nomeações e liberação de recursos para lideranças do Centrão.