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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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Polêmica da energia

Cemat Rede tem dívida de R$ 1,7 bilhão de curto e longo prazo

Foto: Reprodução

Cemat Rede tem dívida de R$ 1,7 bilhão de curto e longo prazo
Embora Mato Grosso tenha o maior índice de imposto tributado sobre a energia (ICMS), a Cemat Rede acumulou dívida de R$ 1,723 bilhão, sendo R$ 792 milhões de longo prazo. A empresa tem 1,14 milhão de consumidores. Desde março o Olhar Direto sinaliza que a empresa estava em crise financeira.


O montante foi apresentado pelo interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jaconias de Aguiar, a jornalistas nesta segunda-feira em Cuiabá. A agência é instituição governamental reguladora do setor. As informações foram repassadas pela direção anterior da empresa.

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Além da maior parte da dívida (46%) ser de prazo longo, as dívidas estão distribuídas em R$ 384 milhões de curto prazo (12 meses para saldar), R$ 280 milhões com tributos federais.

No valor devedor está ainda os R$ 267 milhões de encargos do setor elétrico, taxas pagas pela empresa para o governo federal. O montante foi responsável pela não aplicação do reajuste da tarifa de 2,62% autorizado pela Aneel em abril deste ano.

O interventor não tem a descrição da origem da dívida. Aguiar ainda acrescenta que a empresa não tem problema de geração de caixa, pois a receita é crescente, quando questionado pela reportagem.

"Não é essa a questão. De todas as empresas do grupo, o Estado de Mato Grosso é mais empreendedor. A demanda de energia é maior que outros Estados e concessões". E descartou problemas de inadimplência como impacto da dívida, fato comum em toda empresa, diz. "É a pergunta que faço", respondeu diante dos motivos de endividamento da Cemat Rede.

O mercado financeiro respondeu negativamente nesta segunda-feira com a intervenção do governo federal no grupo Rede, controlador da Cemat, e desdobramentos da medida. As ações do Grupo Rede tiveram queda de 7,09% na Bolsa de Valores de São Paulo, embora no mês, o ganho tenha sido de 33,95%. Mas no ano, os investidores amargam perdas de 42,40%.  

Hipótese da dívida

O interventor relacionou uma série de condições operacionais para avaliar a dívida. Diz que companhias em geral no regime de concessão têm um valor de tarifa e que ela deve ser suficiente para prestar o serviço e suportar investimentos. E que empresas do setor elétrico tem que construir linhas de transmissão, subestações e tem que prover recursos no mercado.

"Acionista privado não tira dinheiro do bolso. Vai ao mercado. Creio que essa é a equação que a boa gestão deve administrar. Tem que buscar recurso. Precisa dimensionar pagamento e receita", pontua. "Parece que estamos aqui em descompasso nessa equação".

Com 10 dias na função de interventor, ele afirma que já conseguiu na sexta-feira apresentar proposta para alongar dívidas em debêntures (títulos bancários lastreado em bens e de ativos da empresa), como o Bradesco e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ele terá reunião com agentes bancários e credores amanhã para o diferimento (prorrogação) das dívidas relativas às debêntures. Nesta terça-feir também, Aguiar estará em Brasília para acompanhar a divulgação da prorrogação de concessões do setor elétrico pela presidente Dilma Rousseff.

A Cemat Rede tem concessão desde 1958 e foi privatizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso em dezembro de 1997. Atualmente tem 1.821 empregados próprios e 1.360 terceirizados. A companhia distribuiu no ano passado 6.153 Gigawatts (GWh) em todos os 141 municípios de Mato Grosso.


Atualizada às19h12
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