Com a aproximação do verão, as chuvas têm se tornado cada vez mais frequentes. No entanto, este período costuma registrar os maiores índices de casos de dengue, já que o mosquito se reproduz em acúmulos de água limpa e parada. Ciente disso, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), promete não medir esforços para evitar maiores problemas. “Estamos declarando guerra ao mosquito e vamos convocar um exército em prol da vida. Porque se não matarmos o Aedes aegypti, ele vai nos matar”, alertou.

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E já é possível ouvir soar os clarins de guerra, pois está preparada uma primeira investida contra o inimigo. Nesta segunda-feira (7), ocorre a capacitação de 30 agentes de combate às endemias. E, aproveitando a analogia bélica usada pelo prefeito, estes não serão os únicos soldados para o confronto.

Na verdade, todos terão que colaborar. Por isso, Mauro Mendes ressalta a importância de informar a população sobre a gravidade da situação para que todos possam fazer sua parte, evitando deixar água acumulada em qualquer tipo de recipiente.

E na batalha contra o mosquito, a tecnologia também é aliada. A prefeitura estuda uma série de medidas, inclusive o mapeamento, com a utilização de drones, dos locais onde possam existir criadouros de dengue.

Os primeiros pontos

A partir deste mês, a ação irá se concentrar nos bairros Pedra 90, Dom Aquino, Santa Isabel e Cidade Alta, onde estão se verifica os maiores índices de infestação predial e notificações da dengue, chikungunya e zika.

A capacitação dos 30 agentes será realizada por técnicos do Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias de Saúde do Estado e do Município.

Durante o treinamento, serão abordadas questões como a aplicação de veneno, utilização da bomba costal e dos equipamentos de proteção, entre outros.

O plano de ação vai envolver as secretarias de Saúde, de Comunicação e Governo, Obras, Serviços Urbanos, Assistência Social, Educação, Ordem Pública e parceiros que serão convocados pelo prefeito Mauro Mendes. Nesta quinta-feira (3), aconteceu a reunião de secretariado, que marcou o pontapé inicial do projeto

Microcefalia

Além da dengue, o Aedes Aegypti também é responsável pela transmissão da chikungunya e zika. E, no caso do zyca, foi descoberta recentemente uma relação entre o vírus e a incidência da microcefalia (pequenez anormal da cabeça), o que alertou ainda mais a sociedade, principalmente as gestantes.

E Cuiabá tem quatro casos confirmados de zika vírus e três casos de microcefalia em investigação.

Por isso, o município já instituiu uma sala de situação onde a questão vem sendo discutida desde o mês passado.

A médica veterinária e responsável técnica pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, Moema Couto Silva Blatt explicou que a ideia é traçar um plano de ação para identificação de casos de microcefalia,  e, a partir daí, observar se há uma aumento do número de casos em relação aos anos anteriores e tomar as devidas providências.

“Com a sala de situação nosso objetivo é discutir com os setores relacionados ao agravo, as ações, fluxos, prazos e responsabilidades, construindo assim um plano para traçar o cenário da microcefalia no município observando as condutas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde”, salientou Blatt.