Amostras dos 256 computadores apreendidos durante operação ‘Qbex’ desencadeada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz) será submetida a perícia criminal em Cuiabá. As apreensões foram realizadas neste mês em filiais e na sede da empresa Rio Móveis Eletro, devido a suspeita de comércio de computadores roubados no estado de Goiás.
 
O  delegado Carlos Cunha, titular da unidade, informou que a nota fiscal apresentada pela empresa Rio Móveis também será alvo de averiguações. “O procedimento será de realizar a checagem quanto à empresa que revendeu esses materiais”, explicou. A empresa, informa o delegado, possui sede em São Paulo. A Polícia Civil apura os crimes de receptação qualificada e de sonegação fiscal.

Segundo o delegado Cunha, cerca de 600 computadores, avaliados em R$ 1 milhão, foram roubados em dezembro de 2013. “Como se tratava de uma encomenda única, os computadores possuíam características específicas”. Ele cita ainda que a empresa revendeu esses computadores pelo valor de R$ 800, preço inferior ao de aquisição.

A operação foi desencadeada depois que a polícia adquiriu em uma loja um dos computadores com suspeita de ser produto de roubo e constatou-se que a máquina pertencia a um lote específico. “Toda a carga seria destinada a um único comprador”. Ele ainda informou que por ser a mercadoria de origem ilícita as notas fiscais emitidas com a venda dos computadores também são “ideologicamente” falsas. “A nota é materialmente verdadeira, mas o conteúdo dela ‘ideologicamente’ falsa”, declarou.

No total, 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande e nas cidades de Lucas do Rio Verde, Nova Bandeirantes, Monte Verde, Paranaíta, Marcelândia, Itaúba, Peixoto de Azevedo, Matupá, Aripuanã, Juara, Contriguaçu, Juruena, Sorriso, Sinop, Nova Canaã do Norte e Colíder, onde fica a sede do grupo.

Negativa

Em entrevista ao Olhar Direto, o diretor do grupo Rio Móveis, Joilson Aquino, negou práticas de irregularidades e reafirmou o compromisso da empresa com o Estado, assim como entregou à polícia as notas fiscais de comprovação quanto a procedência dos produtos além de disponibilizar documentação contábil para análise, além dos  computadores.