Em entrevista ao Olhar Direto nesta sexta-feira (17), o advogado José Alvares, que defende o deputado federal Pedro Henry (PP) na ação penal 470 (mensalão), avaliou que o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), tende a votar pela condenação de seu cliente, que é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Na última sessão do julgamento nesta semana, realizada ontem, Barbosa já pediu a condenação do também deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e de outros três réus. “Não vai me causar estranheza se o relator acompanhar a denúncia do MPF. Há essa tendência. Mas a minha expectativa continua sendo a absolvição do meu cliente”, disse Alvares, por telefone. Tido como ministro "linha dura", especialmente em questões criminais, Barbosa é oriundo do Ministério Público.

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O advogado chegou a apresentar preliminar pedindo a nulidade da inquirição de testemunhas que teriam sido ouvidas sem a presença de advogados. O tema já havia sido discutido em habeas corpus impetrado pela defesa de Henry em 2011 e julgado precluso, considerando que o questionamento ocorreu somente dois anos e meio depois da inquirição, realizada em 2008.

No entanto, antes do início da leitura do voto de Barbosa, o Supremo acatou somente uma preliminar e rejeitou todas as outras. Anulou o processo contra Carlos Alberto Quaglia (acusado de ter disponibilizado a sua empresa, a corretora Natimar, para a Bônus-Banval lavar e repassar parte dos recursos do valerioduto para o PP, partido de Henry). Quaglia deve responder por eventuais crimes em primeira instância.

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Em entrevista ao Olhar Jurídico, Alvares criticou hoje a proposta de votação fatiada que deve ser adotada pelos ministros do STF no julgamento. No entanto, ponderou que o modelo de votação deve causar prejuízos ao processo em geral, mas não especificamente ao seu cliente. Na avaliação dele, o voto do relator deveria seguir a ordem estabelecida na denúncia.