O promotor do Ministério Público Estadual, Domingos Sávio, questionou o fato de a Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa) ter alterado a escolha do modal de transporte a ser implantado na capital, visando o mundial, quando vários estudos comprovariam que o BRT (Bus Rapid Transit) é a melhor opção para Cuiabá.

Segundo Domingos Sávio, uma empresa que trabalha com VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) esteve na capital e teria, inclusive, enviado uma carta ao presidente da Agecopa, Éder Moraes, afirmando que o BRT seria ainda a melhor opção para a capital mato-grossense.

A Agecopa deu início ao processo do plano de mobilidade urbana em 2009. Na época, a Agência contratou uma empresa de consultoria, considerada uma das melhores do país, que presta serviços ao Ministério das Cidades. O serviço foi acordado pelo valor de R$ 850 mil, pagos pela Acrimat.

O projeto desenvolvido pela empresa fazia uma comparação entre o VLT e BRT. De acordo com o promotor, a segunda opção teria sido a confirmada como a mais viável. Após isso, a Ampa e Aprosoja destinaram R$ 1,2 milhão para a elaboração do projeto básico do BRT. “Houve todo esse processo de estudos e depois de um ano jogam tudo na lata do lixo para começar a discutir tudo de novo”, criticou o promotor.

Sávio argumenta ainda que a implantação do VLT (1,4 bilhão) irá custar cerca de R$ 700 milhões a mais aos cofres públicos do que custaria o BRT (600 milhões). “Isso onera metade da capacidade de endividamento do Estado”.

Para o promotor, se o Governo do Estado ‘correr atrás’ de outras linhas de financiamento, os milhões a mais investidos com o VLT poderiam ser utilizados para a construção de dez hospitais regionais, escolas, creches, casas de amparo. “São pelo menos 700 milhões a mais que poderiam ser utilizados para muitas outras coisas”, finalizou Sávio.