Revisor da ação penal 470 (mensalão), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (12) – na segunda parte da sessão – pela condenação de José Roberto Salgado (ex-vice-presidente do banco Rural), Marcos Valério (dono de agências de publicidade), Ramon Hollerbach (ex-sócio de Valério), Cristiano Paz (ex-sócio de Valério) e de Simone Vasconcelos (ex-diretora financeira da SMP&B) por lavagem de dinheiro.

Ministro revisor vota pela condenação de dona do banco Rural por lavagem de dinheiro

De acordo com o ministro, Salgado agiu com dolo e sabia sobre a origem ilegal do dinheiro movimentado pelas empresas de Valério. "Ele era pessoa que conhecia profundamente as operações financeiras da empresa. Tinha total conhecimento do modus operandi da lavagem", disse Lewandowski.

Em relação a Marcos Valério, o ministro disse que “já está claro que ele foi um dos artífices de toda a trama". Para condenar Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, o ministro usou os mesmos fundamentos que sustentaram o voto contra Valério.

Em relação a Simone Vasconcelos, ele entendeu que a ré tinha papel ativo e poder de decisão no esquema. "A acusada  tinha ciência do sistema criminoso de lavagem de dinheiro, participando ativamente", disse.

Lewandowski recomendou a absolvição de Rogério Tolentino (ex-sócio de Valério) e de Vinícius Samarane (vice-presidente do Rural). Para o ministro, "a denúncia contra Tolentino é vaga e genérica". Segundo ele, Tolentino não é acusado por lavagem de dinheiro de forma clara sobre o empréstimo de R$ 10 milhões tomado junto ao BMG, mas por "operações viabilizadas pela engrenagem viabilizada pelo grupo do banco Rural".

E, ainda no entendimento do revisor,  "Samarane não integrava o comitê de prevenção e combate à lavagem de dinheiro do banco no período apontado". No total, o revisor recomendou hoje a condenação de seis réus e a absolvição de quatro por lavagem de dinheiro.