Os tiros que mataram o policial militar Danilo César e a atendente Karina Fernandes Gomes durante a tentativa de assalto à casa de Câmbio “Rápido” partiram da arma do também PM, soldado  Leandro Almeida de Souza, 22 anos, parceiro de Danilo César. A informação foi confirmada há pouco pela Polícia Civil, após a conclusão do laudo da perícia técnica. O militar vai responder pelo crime de homicídio na forma dolosa (quando existe a intenção de matar) já que  o policial militar autor dos disparos afirma que agiu em legítima defesa por acreditar que o assaltante Edilson Pedroso da Silva tinha atirado primeiro. A Polícia não fez nenhum pedido de prisão contra o  jovem pelo entendimento de que ele reagiu a uma agressão.
 
"Os laudos confirmaram que nenhum disparo que resultou nas mortes é originário da arma usada pelo assaltante Edilson Pedroso", afirmou o delegado Walfrido Nascimento, titular da investigação na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O delegado informou que entre sete ou oito disparos foram realizados no local do crime, mas como a cena não foi preservada e projéteis podem ter se perdido não é possível afirmar com precisão a quantidade.  Os disapros foram efetuados durante uma tentativa de assalto registrada em  24 de fevereiro, na casa de câmbio que fica localizada na Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá. Os dois policiais estavam no interior do loja, juntamente com a atendente, quando o local foi invadido por Edilson.

Suspeito diz que tentou assaltar casa de câmbio porque esposa está grávida
Cena do crime na casa de câmbio não foi preservada e comandante do 10º BPM será ouvido na DHPP

O exame de balística foi realizado com fragmentos de  munição e projéteis retirados  dos corpos das vítimas. O assaltante Edilson Pedroso, detido dois dias depois da ação criminosa e que possui um histórico criminal com oito passagens,  vai responder em um primeiro momento por tentativa de assalto e por mais dois roubos de veículos utilizados na fuga.

De acordo com o delegado, em seu depoimento o soldado PM Leandro argumentou que o primeiro disparo na data do assalto partiu de Edilson. "Ele disse que estranhou o fato dele entrar no estabelecimento e de deixar a porta aberta. Na sequência, apontou o primeiro disparo e ele reagiu. Questionado em depoimento sobre o fato de ter consciência dos disparos, ele declarou ao delegado Walfrido que "o nível de transtorno era tamanho que não possui a percepção de ter atirado".

Walfrido pontuou ainda que o fato da cena de crime não ter sido preservada acabou por retardar as investigações, mas afirmou que não encontrou elementos de que a ação tenha sido proposital. "Nós chamamos para prestar depoimente o comandante da ação". Ele frisou que o Comando da Polícia Militar também irá receber cópias dos procedimentos para que averigue toda a situação no que lhe é pertinente.  Segundo o delegado, as imagens do circuito de segurança do local apontam que os dois militares permaneceram por muito tempo no interior do estabelecimento, mas não é foco da investigação saber se eles faziam a segurança ou não do local. "O proprietário da Casa de Câmbio negou a informação, mas vamos encaminhar as cópias dos procedimentos para que adminstrativamente apurem".

Quanto a finalização do inquérito, o delegado informou que ainda aguarda os resultados da pericia na cena do crime e da análise das gravações do circuito de video.  De posse dos laudos, ele espera a conclusão do inquérito no dia 27 de março.




Primeira atualização às 10h36. Segunda atualiação às 12h30.