Numa clara queda-de-braço entre governo e oposição, além da natural disputa por espaço político, o senador eleito Wellington Fagundes, presidente regional do  PR, afirmou que se mantém fiel à divisão do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) com os municípios e lamentou que o deputado federal Nilson Leitão, presidente do PSDB, tente ignorar seu histórico de atuação em defesa do municipalismo.

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De forma indireta, fica claro no tiroteio de Fagundes e Leitão que o processo sucessório está em pauta. E está estampada na discussão o pano de fundo para as eleições de 2018, quando espera-se que  Fagundes enfrente o governador Pedro Taques, numa eventual busca pela reeleição ao Palácio Paiaguás. Faltam quatro anos, mas, nos bastidores, o comportamento é cristalino de que foi dada a largada.
 
“Durante toda minha trajetória política sempre me coloquei ao lado dos prefeitos e das lutas municipalistas. O  deputado [Nilson Leitão] é conhecedor profundo de minha atuação, a quem tive a oportunidade de ajudar em sua administração quando ele foi prefeito de Sinop. Por isso, suas considerações soam muito estranhas”, argumentou Fagundes, em defesa da Lei criada pelo deputado José Riva (10.051/2014), que destina 50% do Fethab para as prefeituras.
 
Wellington Fagundes convive com Leitão há quase duas décadas, embora em partidos diferentes, sempre foram muito próximos. “Particularmente, jamais deixarei de apoiar qualquer proposta que tenha por objetivo a autonomia dos municípios. Ser a favor de uma melhor partilha do Fethab é uma questão de justiça tão reclamada pelos prefeitos ao longo dos anos”, observou ele, para a reportagem do Olhar Direto.
 
“Sempre defendi que os recursos nos municípios são melhores aplicados porque contam com a fiscalização do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Câmara dos Vereadores e, principalmente, da população, através dos conselhos de controle social”, pontuou o presidente do PR.
 
Wellington Fagundes enalteceu o mérito de José Riva pela autoria da lei. “A nova distribuição do Fethab é uma matéria exclusiva do Legislativo Estadual. Contudo, independentemente de quem fosse o Governo, seguramente, estaria ao lado dos prefeitos”, advertiu ele.
 
O senador eleito lembrou que o Partido da República apresentou proposta  no Congresso, capaz de reduzir as injustas desigualdades regionais e a diminuir a concentração de renda da União. “Estou trabalhando pela aprovação da nova distribuição tributária, como foi a do FPM, ocorrida no final  do ano passado. Agora, nos preparamos para nos debruçar e garantir mais recursos aos municípios, com a aprovação urgente de uma reforma tributária”, citou o senador eleito”, argumentou.
  
Na avaliação de Wellington, o  congelamento dos recursos arrecadados pelo  Fethab, até a definição do Poder Judiciário  sobre a lei que trata de sua distribuição,  é uma forma de assegurar que os municípios evitem ser  penalizados, muito mais do que   já foram ao longo da historia. “A luta pela autonomia financeira dos municípios pertence a todos aqueles que desejam o desenvolvimento pleno dos municípios. Não é luta de um só”, resumiu Fagundes.