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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Agronegócio

Nova alternativa de produção conquista produtores

A área cultivada com soja no Brasil é três vezes maior que a cultivada no inverno, por isso, a cultura da canola chega como uma nova opção de inverno e não como substituta do trigo. “Por esta razão temos um déficit muito grande em relação a isso, e a cultura da canola pode se inserir dentro deste espaço que existe”, afirma o analista da Embrapa Trigo, o Agrônomo, Paulo Ernani Ferreira, acrescentando que o preço está favorável, pois esta cultura está atrelada ao preço da soja.

“Espera-se um grande crescimento na próxima safra. A dificuldade maior está no conhecimento, e após conhecer, as pessoas já passam a ter uma opinião positiva sobre a canola. E vê que as dificuldades que teoricamente existem são superáveis”, completa Ferreira.

Com a finalidade de disseminar conhecimento a respeito da cultura e das técnicas de colheitas empregadas na lavoura, a BSBIOS em parceria com a Nutriagro promoveu um dia de campo de colheita de canola, na fazenda Aldebaran, em Carazinho, com a presença de produtores rurais, pesquisadores, técnicos e engenheiros agrônomos. O Gerente de Tecnologia Agrícola da BSBIOS, engenheiro agrônomo Fábio Junior Benin destaca que este é um importante momento para tirar dúvidas de quem ainda não planta canola e apresentar os resultados da safra, já que a colheita está se encaminhando para a fase final. “A canola é uma cultura relativamente nova para alguns produtores, mas que está se estabelecendo no Sul do país para ficar, graças ao trabalho que a indústria de biodiesel tem feito, garantindo mercado para os grãos, prestando assistência técnica e contribuindo para o desenvolvimento da cultura,” pontuou Benin, complementando que o espaço proporcionou debates e integração dos presentes.

O representante da Syngenta, Eduardo Graeff, destacou que a empresa está registrando produtos para a canola, pois acredita que a cultura tem potencial de estar presente em todo o país. “Estamos empolgados com a oleaginosa, pois ela vem apresentando ótimos benefícios para as lavouras, por ser uma cultura de rotação observamos um fator importante, ela realiza um controle cultural de plantas resistentes,” frisou Graeff.

Entre outras vantagens, a canola possibilita aos produtores uma venda já garantida dos grãos, principalmente para indústrias de óleo, pois os grãos produzidos no Brasil possuem em torno de 24 a 27% de proteína e de 34 a 40% de óleo. Com relação a cultura, as vantagens são vistas em relação a cobertura de solo, pois a ela possui uma raiz mais pivotante e que atinge uma estrutura mais profunda, promovendo a descompactação deste solo. “Não se recomenda ser plantada em solos que tenham compactação, mas ela tem um potencial natural de que este poder da raiz também faça essa descompactação natural”, explica o agrônomo Paulo Ernani Ferreira.

O representante da Nutriagro e produtor rural Glênio Guimarães, relatou que mesmo a lavoura tendo passado por estiagem e geada terá um bom resultado. “A canola reagiu bem às intempéries e conseguiu se estabelecer na lavoura de forma adequada, em 37 hectares obtive em torno de 25 sacas/ha,” contou Guimarães. Ele ainda salientou que acompanhou outras lavouras como a de Otto Gerhardt, onde a média ficou em 28 sacos/ha.

Em termos de cobertura, ela dá um aporte muito grande para as culturas que vem depois. Os produtores têm visto que de forma indireta tem aumentado a produção, em torno de 10 a 15% na cultura subseqüente.
A Embrapa está iniciando investimentos maciços em pesquisa. A entidade estará disponibilizando dez pesquisadores em nove áreas de pesquisa, que se estendem desde o centro-sul até o sul do país, através do Projeto Estruturante “Pesquisa, Transferência de Tecnologia e Desenvolvimento Organizacional para expansão da Canola no Brasil” cujo formato visa um novo patamar tecnológico em pesquisa, desenvolvimento e de transferência de tecnologia para o sistema produtivo da canola, focando os prováveis impactos sócio econômico e ambientais advindos da produção de canola no sistema produtivo brasileiro.

“Na opinião da grande maioria dos produtores, é a constatação de que o cultivo da canola é uma cultura com ótimo resultado econômico, desde que se leve em consideração detalhes técnicos no momento de implantação, semeadura e colheita; também vale a pena investir na oleaginosa sobretudo porque existe um mercado comprador garantido, ou seja, tem potencial para comprar tudo o que for produzido, havendo portanto um alto grau de liquidez. Outra grande vantagem para o produtor rural é que o preço da saca de canola é semelhante ao valor pago pela saca da soja. Ao lucro com a produção de grãos de canola são somados os benefícios nos cultivos subsequentes, constatados tanto nas culturas de verão como de inverno, devido aos melhores resultados químicos e físicos na estrutura do solo, advindos do uso de uma cultura com o sistema radicular pivotante, como é o caso da canola”, finaliza o analista da Embrapa.
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