Introduzidos no Brasil em meados de 1927, a raça caprina Anglo Nubiana vem conquistando adeptos fora de suas fronteiras na Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará, como já é visto em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O forte da raça é a excelência na produção de leite, mas o porte mais avantajado lhe confere aptidão também para o corte. Pensando em divulgar esses atributos, criadores de São Paulo e do Rio Grande do Sul participarão da Feinco Preview, que ocorre de 17 a 21 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. Os organizadores esperam reunir cerca de 80 animais no julgamento da raça.

Para quem não conhece o Anglo Nubiano, um bom animal traz em sua morfologia uma cabeça pequena, bem conformada e um perfil convexilíneo. Suas orelhas são grandes e caídas até a linha do focinho. Os olhos são grandes e vivos e o pescoço bem implantado na cabeça e tronco. A cor da pelagem varia, sendo comum a combinação entre preto, vermelho e pardo. "O conjunto é acompanhado de um porte grande e incrível rusticidade. As fêmeas são prolíferas, boas produtoras de leite e apresentam excelente abertura de posteriores", explica o proprietário da Fazenda3 Marias, em Sarapuí (SP), Fernando Fabrini, que também é vice-presidente da Associação Paulista dos Criadores de Caprinos (CapriPaulo).

São Paulo tem um dos planteis geneticamente mais apurados do Brasil, no entanto, a região Nordeste é a que abriga o maior volume de animais e criadores. Por meio da seleção genética, os criadores conseguem qualidade superior, com enfoque na caracterização leiteira mas sem perda das características raciais necessárias para produzir carne. "Os julgamentos ajudam o produtor a buscar o animal ideal, com avaliações que priorizam caracterização racial, produção leiteira e porte", explica.

Um macho Anglo Nubiano chega a pesar entre 100 e 120 quilos, enquanto as fêmeas alcançam 80 quilos. Mesmo não sendo uma das raças que mais produzem leite, o grande diferencial da raça Anglo Nubiano está na qualidade, pela quantidade de sólidos totais em cada litro ordenhado. A matéria-prima é muito procurada para industrialização e fabricação de queijos finos e outras iguarias de alto valor agregado. Em média, as fêmeas produzem entre dois e quatro quilos de leite por dia, mas é comum ver produtores mais tecnificados conseguindo até seis litros.

Os machos desenvolvem uma carcaça nobre ainda jovens e sua carne é uma das mais saborosas. O consumo é mais forte na região Nordeste e vem conquistando paladares no Sudeste, onde é elitizado. Pela exímia habilidade maternal e rusticidade, a raça também é utilizada no cruzamento industrial, contribuindo com o aleitamento e desenvolvimento dos cabritos meio-sangue.

Feinco Preview - Devido ao cancelamento da tradicional Feira Internacional de Caprinos e Ovinos (Feinco), o Agrocentro Feiras e Exposições optou por promover uma versão mais enxuta da mostra, integrada à Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte). A exposição contará com a participação das raças ovinas Dorper, Santa Inês e Suffolk e o caprino Anglo Nubiano e trará na programação leilões, julgamentos, palestras, lançamentos e um muito esperado concurso de carcaças ovinas.

MAIS INFORMAÇÕES: www.feicorte.com.br