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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Pecuária

Uruguai trabalha nova estratégia para exportar ovinos com osso

Apoiando-se no Código Sanitário da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai tentará explorar o conceito de “compartimentação” de ovinos para poder vender cortes com osso à UE.

O Código Sanitário da OIE estabelece as normativas para o comércio de animais e subprodutos da espécie. O conceito de “compartimento” já está incluso no Código de Aftosa e outras doenças animais (incluídas aves e suínos); isso faz com que nenhum possa ignorá-lo.

A ideia é criar um compartimento (isolamento) para ovinos – no Uruguai, não se vacina essa espécie contra a febre aftosa -, onde os animais cumpram seu ciclo sob rígidas evidências científicas que demonstrem a ausência de febre aftosa e, uma vez prontos, ser enviados a um frigorífico habilitado para exportar à UE, fazendo parte de um negócio de cortes com osso com algum dos 27 países do bloco europeu.

“Vamos começar a trabalhar”, disse o diretor de Serviços Pecuários do MGAP, Francisco Muzio, junto ao ex-presidente da OIE e integrante da delegação uruguaia, Carlos Correa. “O conceito de compartimento tem uma série de exigências que estamos estudando para poder trabalhar com os privados, no marco de um esforço que significará um passo importante para o Uruguai, ao começar a comercializar ovinos com osso. É necessário estudar muito bem a quantidade de animais que poderá ter, qual deve ser o lugar geográfico onde eles estarão localizados e com que condições de isolamento se devem cumprir”. Em todos os casos, devem ser animais nascidos no país.

A ideia do MGAP é começar a trabalhar agora, buscando ter uma experiência pronta para o ano que vem. A delegação uruguaia já manteve contatos no marco da Assembleia Anual de delegados da OIE, com os representantes da UE e apoiando a ideia.

A cadeia de carnes do Uruguai informou mais de uma vez à Comissão Europeia e às autoridades de outros mercados, como por exemplo, Israel, sobre seu interesse em vender cortes ovinos com osso, mas, por mais evidências científicas que apresentem, até o momento, sempre foi rechaçada.

Todo ano, antes da Assembleia Anual de delegados da OIE, a direção geral de serviços pecuários apresenta evidências científicas baseadas em amostras sorológicas que certificam que não há febre aftosa. Esses levantamentos têm um alicerce fundamental nos ovinos que, por não serem vacinados contra essa doença e conviverem no mesmo campo com os bovinos, seriam os primeiros a adoecer, porque não têm proteção.
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