Olhar Direto

Domingo, 28 de abril de 2024

Opinião

Capitão Gancho: novamente no comando da nau brasileira

Fim das eleições 2022 e temos de volta o Capitão Gancho Nine de volta ao comando do barco. Não, não é teaser de filme de halloween. E, para quem não sabe, nau era o tipo de embarcação usada pelos portugueses na época do descobrimento.

O povo, seja lá qual, escolheu, por meio de eleições justas (suja, mas justas) o próximo comandante da nau. Quem já trabalhou ou trabalha com as urnas eletrônicas sabe que elas são confiáveis e não há o que se contestar. O povo escolheu mal, mas, fazer o quê? Ônus da democracia, afinal entre o ruim e o pior, escolheram o pior. E não me venha com essa historinha de criança de 5 anos que "o amor venceu o ódio". Não! O ódio venceu o ódio. O Capitão Gancho foi escolhido porque odiaram mais o atual presidente. Ou como se diz no jargão das redes, Bolsonaro teve alguns milhões de "haters" a mais. Acabou. Não tem volta. Então vamos parar com essa bizarrice de fechar estradas e voltar a trabalhar.

Conviveremos os próximos 4 anos com a vergonha de ter um ex-presidiário como presidente da nação. Uma figura que de 10 palavras que fala, 9 são mentirosas. Líder de um partido que teve 2 presidentes: 1 foi preso e o outro sofreu impeachment por absoluta incompetência. Nos próximos 4 anos lidaremos com o Estado mais inchado, possivelmente menos eficiente, mais paternalista e deficitário. E a conta será nossa.

Ainda me impressiona a tolerância do brasileiro para com o crime e o criminoso. Tomo por base a cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso. Elegeu uma pessoa que, segundo delação premiada, foi filmada recebendo propina e guardando o dinheiro em seu famoso paletó. Tudo filmado, documentado. Se esse tipo de leniência para com o crime for algo sintomático da população brasileira, está explicado porque elegemos um ex-presidiário (só é ex por causa de uma chicana jurídica) para presidente.  A psicologia social explica.

Ainda me espanta que uma pessoa foi eleita sem apresentar nenhuma proposta concreta, dizendo apenas coisas genéricas que a imensa população pobre gostaria de ouvir: "vamos acabar com a fome", "vamos aumentar o salário mínimo acima da inflação", "vamos dar dignidade aos miseráveis", "vamos voltar a comer picanha e viajar de avião", e assim por diante. Lindas palavras, marqueteiros excelentes. O único problema é que em nenhum lugar o Capitão Gancho explica COMO vai fazer isso.

E boa parte da culpa desse estrupício chegar ao poder é do atual presidente, pois se esqueceu de boa parte das pautas que o elegeram. Aliou-se a uma quadrilha de elite chamada Centrão. Indicou um petista para a PGR e um simpatizante da esquerdalha para o Supremo Tribunal. Errou em situações que era só fazer o básico. Erros crassos que custaram a eleição do menos pior.

Terá agora que entregar o comando ao Gancho. Que certamente continuará roubando e fazendo suas pilhagens com sua quadrilha. Mas que pelo menos, DESSA VEZ, não deixe a nau afundar, pois todos nós estamos juntos dentro dela. Oremos.


Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor. Autor do livro "Um instante para sempre". Instagram: @eustaquiojrf
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