Olhar Direto

Terça-feira, 14 de maio de 2024

Opinião

Violência na escola ou descompensação social

Atualmente vivemos tempos educacionais atípicos. Não estamos falando do sistema educacional, mas da violência que professores e a escola vem sofrendo. Ato que virou modismo e um metaverso real. Por outro, observa-se escolas desacreditas e professor sem valor. Na historicidade da educação, a escola e a figura do professor sempre foram vistas com respeito, um lugar que gera e constrói conhecimentos e prepara para vida.

É o primeiro espaço de contato do ser humano com outro, do convívio social, de descoberta e de criatividade. O professor, por sua vez, tem um papel primordial de mediador. Um papel um tanto desafiador, principalmente em tempo de constantes mudanças social, humana, tecnológica, política e econômica. Até pelo fato que tudo é fluídico, ou seja, o conhecimento se transforma na velocidade da luz.

Esse fato da rápida transformação, impacta na questão comportamental de como o ser humano observa o mundo e de como as informações chegam até ele. O que respinga no processo educacional do ato de aprender e de ver escola como um lugar desmerecedor. Disturbando a função social da escola.

No entanto, a descompensação social, no qual podemos chamar de desequilíbrio social gerada pela mudança de comportamento. Está trazendo atos constantes de violência no ambiente escolar. De acordo, com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) são inúmeras as causas de violências na escola e contra sua comunidade (alunos, professores, gestores, profissionais). A OCDE cita o que Brasil lidera o ranking de agressões contra o professor, onde este sofre violência psicológica e física dos pais, responsáveis e principalmente dos alunos. Além, de perseguições, intimidação, vida pessoal invadida e difamação pública da imagem do professor.

 Cabe destacar que o estimulo a violência na escola e contra o professor começa na imagem que é construída da instituição e do profissional. Quando não temos empatia e acabamos promovendo na criança, no adolescente e no jovem a violência no ambiente escolar. A não aceitação social, de raça e física em relação ao próximo inclui neste fato, como também a falta de controle sobre o filho. Daí perguntamos: A violência na escola e contra o professor começa onde? Na escola, no bullying sofrido, na família ou na falência familiar?

É fácil falarmos das ações que levaram ao ato de violência. Porém, não buscamos a causa de onde tudo se originou. Não estamos aqui para julgar, mas sensibilizar e promover conscientização do valor da escola e dos profissionais que ali estão. Isso é trabalho de implementação de políticas públicas.

Não adianta pais ou responsáveis afastarem seus filhos de ambientes escolares, enquanto não refletirem sobre a origem dos atos e de suas próprias atitudes. O ambiente escolar se faz necessário para socialização do ser humano e do seu desenvolvimento, na aceitação do próximo e na superação de seus obstáculos e de suas dificuldades.


Elizângela Farias. Mestre em Educação: Currículo, PUC-SP. Professora do IFMT – Campus Campo Novo do Parecis.
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