Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Colunas

Café filosófico: Para aprender outro idioma, é preciso mergulhar na cultura do país

O aprendizado de uma língua estrangeira tem sido algo inevitável para aqueles que visam as “oportunidades” da copa do mundo no Brasil. No entanto, tirando as inúmeras desilusões que estamos tendo diante da calamidade que essa copa mal organizada nos trouxe, quais são os fatores determinantes para se aprender uma língua estrangeira?

Primeiramente, saliento que aprender uma língua nova é assumir as suas identidadesculturais sem ignorar as suas próprias, poiso fato da comunicação em qualquer línguase dá através de um fundamento lógico-psicológico que invoca trazer à memória discursiva a imagem e o conceito que ela possui.

Para isso, o aprendiz deve atentar-se ao fato de que aprender uma nova língua não está baseado somente em decorar regras gramaticais, masaplicá-las em diversos gêneros discursivos.

Com essa habilidade de expressão, o aprendiz terá condições de interagir em quaisquer esferas da comunicação, sendo tanto oral quanto escrita.

Por outro lado, o estudante deve se familiarizar às suas necessidades concretas para que a aprendizagem seja efetiva, podendo se expressar de forma clara e concisa sobre qualquer tema. Para isso, o aluno deve voltar-se ao aspecto cultural fazendo a ativação de três tipos de conhecimento: sistêmico, de mundo e de organização textual que é a base dos parâmetros curriculares nacionais (PCNs).

O primeiro envolve conhecer todo o funcionamento linguístico do idioma, abordando desde a gramática até a semântica, enquanto o segundo refere-se a buscar o conhecimento prévio para então expressar sua opinião utilizando o conhecimento sistêmico como forma de estruturação. Já o terceiro engloba os dois primeiros e os aplicam diretamente na construção do sentido dos textos orais e escritos.

Muitas vezes, alunos dizem que possuem muita dificuldadeem algum ponto do aprendizado de uma nova língua; seja a pronúncia, a ortografia, ou até mesmo as regras gramaticais tão distantes da realidade do estudante. No entanto, temos, enquanto alunos, assumir as nossas dificuldade e juntamente com o professor buscar meios que as sanem.

Para que haja um aprendizado efetivo devemos estar inseridos na língua-alvo, tentando refletir não só os aspectos linguísticos, mas também compreender os fatores culturais, sociais, econômicos, políticos e sócio históricos. Só assim, poderemos “vivenciar” a cultura do outro sem esquecermo-nos da nossa e principalmentecomunicarmo-nos em qualquer língua explicando fatos brasileiros e estrangeiros com naturalidade.

Em suma, deixemos que esses laços dialógicos se entrecruzem a fim de propagar a diversidade linguística-cultural.

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, tem 24 anos e fala seis línguas.




Comentários no Facebook

Sitevip Internet