Olhar Conceito

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Colunas

Será que o mundo é um grande teatro cujo diretor estamos muito longe de conhecer?

Arquivo Pessoal

A vida é fictícia, as palavras perdem a realidade – dizia Raul Brandão em sua obra existencialista portuguesa.
As palavras assim como a nossa rotina são fenômenos cíclicos “impensados” que culminam na nossa forma de agir sobre o outro, este que, por vezes, profere suas palavras apenas por causalidade.

Novamente, busco em Brandão a explicação sobre a nossa rotina: "Existe uma certa grandeza em repetir todos os dias a mesma coisa. O homem só vive de detalhes e as manias têm uma força enorme: são elas que nos sustentam."

Todas as vezes que saímos de casa para irmos à faculdade ou ao trabalho exercemos uma força física que nos leva somente ao ato de repetição de outros atos. Se conseguíssemos desvincular a ideia de rotina e focássemos no pensar, poderíamos notar que a população está fadada a ser a mesma, com os mesmos costumes, os mesmos atos. Ou seja, tudo é previsível e cíclico. O único traço que exala a nossa alma está no olhar, que mesmo assim, é o olhar de alguém que está voltado ao seu interior e que mesmo assim o desconhece.

O olhar a si mesmo é fugir dessa rotina amarga e transpor o espelho social para o interno e fugir a sua rota.
Tudo o que falamos não passa de experiências rotineiras, até nossas palavras são sempre as mesmas. O que seriamos se esses pilares desaparecessem? Que tipo de pessoa seria você?

Voltar ao seu interior, inovar seu discurso são práticas impensáveis para muitos, pois cegos pela miséria do conhecimento, estão destinados a apenas repetir palavras e atos que o constituem como “ser” social que, para mim, é apenas o “estar social”.

Em suma, fico estático ao observar gestos que nos levam a ter as mesmas ideias. Será que o nosso mundo, a nossa realidade, nada mais é do que um grande teatro cujo diretor estamos muito longe de conhecermos ou nós mesmos somos diretores do nosso mundo? Me dê sua resposta!

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, têm 24 anos e fala seis línguas.


Comentários no Facebook

Sitevip Internet