Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

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Diário de bordo de um fotógrafo: A Luz de Mato Grosso

Brasileiro que é brasileiro reclama do Brasil. Acha que tudo de ruim no mundo acontece aí, e só aí! (aliás, a imagem que temos aqui fora é essa, a de que pensamos ser um povo único e exclusivo. Tudo é sempre o pior ou o melhor “do mundo”) Bom, pro desgosto dos pessimistas, coisa ruim tem em tudo quanto é lado. E coisa boa também. Só que no caso das boas, as vezes é preciso tomar distancia para notar-las, como quando se vê um quadro na parede. De perto tudo o que se vê são marcas e feridas.

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Esta semana, por conta de um pedido de fotos que me fizeram, estive revendo as imagens que produzi em Mato Grosso. Meu estado pode ter todos os problemas do mundo (olha eu querendo exclusividade de novo!), ruas e estradas esburacadas, corrupção ativa e altiva, conflitos sociais graves, etc etc etc. Mas descobri algo que, do meu ponto de vista de fotógrafo, é impressionante por aí. A luz. Nenhum lugar que visitei até hoje tem uma luz tão bela como a de Mato Grosso. O céu durante o verão, depois de uma chuva, é capaz de deixar a cidade inteira roxa, com algumas manchas rosadas vivas e um amarelo ouro que explode quando o sol escapa por atrás de uma nuvem. A aurora, vista por poucos, é capaz de ser ainda mais espetacular.

Fotografar te força a estar sempre atento ao feio e ao belo. E admitir que estes dois elementos coexistem sempre, em todos os lugares. Deixa a gente mais calmo, mais humilde

Abaixo na galeria de fotos, deixo alguns presentes que a bela luz de Mato Grosso me deu:

*Lucas Ninno é fotógrafo, saiu de Cuiabá para se aventurar no Chile e agora trabalha como repórter fotográfico para a United Press International (UPI) e escreve quinzenalmente para o Olhar Conceito com as desventuras do seu próprio olhar


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