A presidente da Academia Brasileira de Belas Artes, Vera Gonzales, lamentou a morte do artista plástico Sebastião Mendes, que faleceu nesta quinta-feira (8), vítima de mal súbito. Mendes ocupava a cadeira de número três da academia, que já foi ocupada também por Cândido Portinari. Segundo Gonzales, “Sebastião era magnífico”.
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“Sebastião era magnífico. Criou seu estilo próprio, cujo reconhecimento ganhou o mundo. Desejamos aos familiares e amigos nossas condolências nesse momento de dor. Tenho certeza de que, a partir de hoje, o céu está ficando cada vez mais bonito e colorido, com sua presença”, lamentou Vera.
Sebastião Mendes ocupava a cadeira de número três da Academia Brasileira de Belas Artes desde 2007, por onde passaram grandes artistas como Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, sendo esta última sua grande inspiração e influenciadora. Ele foi o sétimo ocupante da cadeira, tendo como patrono Milton da Costa, pintor, desenhista e ilustrador.
O artista plástico nasceu em Cáceres (217km de Cuiabá). Desde os oito já riscava com carvão as tábuas de madeira das paredes de casa, e com gravetos a terra batida do quintal. Foi um frei de origem holandesa, chamado Frei Matheus, que o incentivou a investir na arte.
No início, o cacerense pintou paisagens, flores, pessoas. E chegou a tentar trabalhar como funcionário para empresas. “Mas percebi que não ia dar muito certo. Sempre [tinha] aquela cobrança de espírito pra que nunca parasse de pintar”, contou, em 2018, ao Olhar Conceito. Foi com cerca de dezoito que ele decidiu que seguiria uma arte mais figurativa.
Autodidata, Sebastião passou horas e horas se dedicando aos estudos em seu ateliê, e foi reconhecido por críticos de arte, pela mídia e por amantes da arte de forma geral. Como consequência, fez sua primeira exposição em Cuiabá muito cedo, e, em 1995 expôs em Portugal. Desde então, sua arte já esteve na Espanha, França, Alemanha, Suíça, Austrália, Finlândia, Noruega, Bélgica, dentre muitos outros países. Em 2007, foi indicado pelo artista plástico Pedro de Alcântara para ser um novo membro da Academia Brasileira de Belas Artes.