O governador Silval Barbosa (PMDB) e o candidato Lúdio Cabral (PT) ignoraram as críticas de alinhamento proferidas por adversários e repetiram que a sintonia governo federal, governo do Estado e a Prefeitura é necessário para Cuiabá. Ele também elogiou militantes do PMDB e do PT como suporte de crescimento do petista na campanha.

"Vai ser alinhamento mais perfeito que acreditamos que vai dar certo para a melhoria para vida da gente", diz. E para animar ainda mais a militância, Silval botou pilha. "A eleição já virou, aquele favoritismo acabou", provocou o governador sexta-feira na visita do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Mendes muda tom e acusa aliados do PT de sucatear a Saúde em Cuiabá; Blairo e Taques criticam governo
Governo não paga R$ 12 milhões e cerca de 320 unidades de saúde descredenciam do MT Saúde

"Se Lúdio cresceu esses índices nas pesquisas, é graças ao apoio incondicional de vocês. Peço à militância que não desaninme, não vamos subestimar o adversário no final. Vamos dar tudo de nós, pois a vitória tem possibilidade real de ganhar no primeiro turno em Cuiabá", animou Silval.

Já Lúdio repetiu o bordão do 'alinhamento' que já causou bate-boca desde o início da campanha e fez acirrar os ânimos recentemente entre candidatos e aliados. "Nossos adversários estão desesperados, ficam atacando o alinhamento, sintonia que tem o governo do Brasil e do Estado".

Ele ainda provocou Mauro Mendes (PSB), Carlos Brito (PSD) e procurador Mauro César Lara Barros (PSOL), pelas críticas sobre a união dos três níveis de governo como mote de trazer investimentos para Cuiabá. "O alinhamento é qualidade que a nossa coligação tem, dos nossso projetos. Eles têm que reconhecer. Eles precisam apresentar a qualidade que eles têm", cobrou Lúdio.

Alinhamento e saúde

O tom mais alto foi feito já no programa de sexta-feira pela campanha de Mauro Mendes . Os senadores aliados Pedro Taques e Blairo Maggi, ex-governador, saíram em defesa de Mauro.

"Temos acompanhado nos programas eleitorais, o candidato do governo e o próprio governador dizendo que vão ajudar a Saúde de Cuiabá. A pergunta que faz é por que não fizeram? Por que o governo do Estado não pagou para o município de Cuiabá? Não repassou os mais de sete milhões para a área da Saúde", repetiu Pedro Taques argumento já utilizado na atual disputa.

Após inserção no programa de reportagens sobre o caos na saúde do município e de Cuiabá, como atraso desta semana de pagamento do MT Saúde que suspendeu atendimento de servidores em unidades do setor, Maggi, sugere a diferença entre a campanha de Lúdio e de Mauro. "como governador, não atrasei sequer nem um dia os repasses dos recursos para a Saúde nos Municípios e nem para o MT Saúde. E tenho certeza que o Mauro Mendes dará a mesma prioridade à Saúde pública do município de Cuiabá".

Há cerca de dez dias a critica tem aumentado nos debates e nas entrevistas entre os candidatos. No debate da TV Record, por exemplo, foi um dos temas que mais se sobressaiu. Ao final do encontro, por exemplo, o senador Pedro Taques (PDT), aliado de Mauro, comparou a má gestão da saúde do governo e cobrou atraso de R$ 75, milhões para a cidade. Ele ainda chamou o governador de mentiroso.

“Falar sobre alinhamento é contar mentira. Porque não ajudou Cuiabá até agora? Porque não era do partido dele? Então, ele está no mínimo cometendo uma injustiça com o povo de Cuiabá”. Após aquele debate, o deputado federal Valtenir Pereira também encaminhou um artigo para a imprensa com o título de "Alinhamento: um discurso eleitoreiro".

No meio de toda essa briga na reta final das eleições, o termo alinhamento é entendido pelo eleitor como algo sem importância, pois, segundo pesquisas internas das campanhas, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Silval Barbosa (PMDB) não vão deixar de aplicar políticas públicas na capital mesmo que seu candidato não ganhe.