Eleito senador por Mato Grosso, o ex-procurador da República Pedro Taques (PDT), que se exonerou do Ministério Público Federal (MPF) para disputar as eleições gerais de 2010, disse que por muitas vezes se frustrou ao ter que aplicar leis e por isso optou por ‘mudar de lado’ e a partir de janeiro de 2011 passará a criar e alterar a legislação. A meta, segundo ele, é mudar leis injustas.

“Muitas vezes eu fique frustrado ao aplicar a lei”, disse o pedetista durante entrevista ao programa Bom Dia Mato Grosso, da TVCA, afiliada da Rede Globo. Taques exemplificou a frustração fazendo uma comparação entre um pai de família que rouba um pedaço de carne para comer e acaba preso e políticos corruptos que se beneficiam da imunidade parlamentar.

Para o Olhar Direto, Taques reforçou que quer mudar as leis que ainda promovem injustiças ao invés de fazerem justiça, Reforçou que o maior exemplo é a lei que pune o ladrão de um quilo de carne com cinco anos de reclusão e com apenas um ano um político corrupto responsável pelo desvio de R$ 300 milhões da Assembléia Legislativa.

Durante a campanha, o combate ao braço político do crime organizado foi a principal bandeira defendida pelo pedetista, que nas centenas de discursos, afirmou lutar pelo fim da imunidade parlamentar no Senado.

Eleito com 708 mil votos Taques é considerado a maior surpresa nas eleições deste ano. O ex-procurador aparecia na lanterna nas primeiras pesquisas de intenções de votos, mas foi eleito para a segunda vaga ao Senado, deixando para trás experientes políticos como o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) e o deputado federal Carlos Abicalil (PT), que fica sem mandato.