Em mais um sinal do pessimismo que ronda a siderurgia nacional desde que a crise golpeou a demanda por commodities metálicas e deprimiu os preços, a Usiminas afirmou que só será possível enxergar o início da retomada do crescimento do setor no quarto trimestre deste ano.

"Nós não observamos a recuperação que imaginávamos", afirmou hoje Marco Antônio Castello Branco, presidente da empresa, no evento de divulgação da nova marca da Usiminas.

A maré de dificuldades que banha um dos setores mais atingidos pela crise já tinha sido revelada ontem com a queda de 42,4% na produção nacional de aço bruto no primeiro bimestre, na comparação anual. Esta situação, é claro, se reflete nos negócios da gigante siderúrgica, que em fevereiro, divulgou queda de 14% no lucro líquido referente ao quarto trimestre de 2008. "E os primeiros três meses deste ano deverão ser ainda piores", disse hoje o executivo.

No começo de março, a companhia anunciou a terceira paralisação produtiva desde o início da crise. Desta vez, a unidade atingida foi a de Cubatão, paralisada depois das duas instalações da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Com isso, restaram à companhia apenas duas unidades (das cinco que operava) e uma capacidade de produção de aço bruto reduzida ao nível de 50%.

O executivo da Usiminas, que há poucas semanas havia previsto uma melhora do cenário já no segundo trimestre, se mostrou cuidadoso ao falar das perspectivas da empresa para o "difícil 2009". Segundo ele, investimentos estão sendo revisados e, em muitos casos, reduzidos para enfrentar a forte retração tanto da demanda externa, quanto da interna. "O mercado interno vai mal e o externo simplesmente não existe mais na extensão de conseguir absorver as exportações da empresa a preços plausíveis", enfatizou ele.

Mesmo diante dos prognósticos negativos a Usiminas acredita na melhora dos preços internacionais. "Acho que os preços já estão próximos ao fundo do poço e, até o fim do ano, já espero ver os resultados desta mudança da marca da Usiminas e uma melhora no setor como um todo", concluiu o executivo.