O presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Cascalheira (960 km de Cuiabá), vereador Adejar Gonçalves Pereira (PP), quase entrou para a lista dos políticos assassinados este ano. Ele sofreu uma tentativa de emboscada quando chegava em casa, localizado em um sítio a 30 km do centro do município.

Segundo parlamentar, ele chegava em casa por volta das 23h quando percebeu uma corrente com um cadeado cruzando o mata-burro há três metros da porteira do seu sítio. Um pouco antes várias cantoneiras com pregos com objetivo de furar os pneus do seu veículo.

Diante da situação o vereador deu meia volta e foi à cidade acionar a Polícia Militar para verificar o fato. A ocorrência foi registrada pelo subtenente Júnior e sargento Gerson a pedido do vereador.

Segundo Adejar, na manhã desta terça-feira, ele voltou ao sítio em companhia do vereador Daniel Beraldo (PDT) e encontrou no pé de uma arvore, a cinco metros do mata-burro, uma sacola contendo um lanche (sanduíche de pão) e no chão uma munição calibre 38, uma garrafa pet cheia pela metade com água e um cartão de visita de uma selaria da cidade de Edéia-GO. O parlamentar acredita que esse era o lugar utilizado pelos homens que estavam atocaiados provavelmente o esperando.

O vereador explica que está assustado porque mora há 36 anos em Ribeirão Cascalheira e não tem inimigos. Vereador por três mandatos e um de secretário de saúde, Adejar disse que o único problema que tem no momento é a divergência política com o prefeito da cidade, Adário Carneiro Filho (DEM). Todavia, o progressista afirma que essa divergência é apenas no campo político e não existe nada pessoal.

Ele ressalta que oito dos nove vereadores da cidade foram eleitos pela coligação adversária do prefeito e por isso estariam sendo pressionados pelo prefeito. Segundo Adejar, alguns vereadores já reclamaram que não estão conseguindo fiscalizar a prefeitura por interferência de Adário.

O prefeito Adário foi eleito em outubro de 2010 numa eleição-tampão para dois anos após a cassação do prefeito Francisco Diá (PT) por crime eleitoral.

Adejar disse que esteve com o juiz de Ribeirão Cascalheira, André, que pediu que ele procurasse o delegado de Canarana, Marcelo Jardim para proceder às investigações sobre essa tentativa de atentado. A bala, a corrente com o cadeado e as cantoneiras com os pregos estão com o vereador para serem entregues a Polícia Civil.