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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Greenhalgh diz que sua derrota para presidente da Câmara prova que mensalão não existiu

O advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) negou nesta quarta-feira a existência do mensalão --suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada. Em depoimento à Justiça Federal de São Paulo, o ex-deputado disse que uma das provas de que o esquema não existiu é o fato de ele não ter sido eleito presidente da Câmara em 2005.


"Não existiu o mensalão, eu tenho certeza disso. Não houve nenhum tipo de iniciativa de recebimento de valores de pagamento. Pra provar a demonstração disso é a minha não-eleição à presidência da Câmara. Se tivesse mensalão, talvez o resultado [da eleição] seria outro", afirmou Greenhalgh, que prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos réus do mensalão.

Em 2005, o PT teve dois candidatos a presidente da Câmara: Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Mas quem venceu a disputa foi Severino Cavalcanti (PP-PE).

O ex-deputado disse que, durante o depoimento, foi questionado principalmente sobre a tramitação das reformas da Previdência e tributária porque, na época, era presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

"Foi perguntado se eu, na presidência da CCJ, tinha visto, sentido ou recebido informação de que algum deputado teria votado em troca de apoio de dinheiro. Eu disse que de jeito nenhum. Não [houve nenhuma percepção]", disse.

Segundo o ex-deputado, houve intensa discussão e que no dia da votação da admissibilidade dos projetos na CCJ teve deputado da oposição que votou a favor e do governo que votaram contra.

"Foi um processo absolutamente normal. Não houve nenhum indício [de corrupção]. As sessões eram televisionadas e transmitidas em tempo real. Eu acho muito impossível que tenha tido esse tipo de coisa [corrupção]", disse.

Greenhalgh prestou depoimento ao juiz substituto Márcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Criminal de São Paulo. Catapani e a juíza titular da 2ª Vara Criminal, Silvia Maria Rocha, foram designados pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no STF, para ouvir os depoimentos dos réus em São Paulo.

Ao todo eles devem ouvir o depoimento de 96 testemunhas em São Paulo. As audiências terminam na próxima sexta-feira (5). Amanhã, estão previsto os depoimentos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Eles são testemunhas de defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, autor das denúncias do mensalão.

Defesa

O advogado de Delúbio Soares, Celso Vilardi, acompanhou o depoimento de Greenhalgh e explicou que a estratégia da defesa é comprovar que não existiu o mensalão. "A defesa, no nosso ponto de vista, está comprovando que não houve corrupção", afirmou.

Acusação

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ofereceu a denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) em abril de 2006 contra 40 suspeitos de participarem de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada. Em agosto de 2007, os ministros do Supremo acataram a denúncia e transformaram os suspeitos em réus.

Entre os denunciados estão os ex-ministros Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), Anderson Adauto (Transportes) e Dirceu (Casa Civil), o empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias do mensalão.

Dos 40 denunciados, 39 continuam respondendo como réus. O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira fez um acordo e foi excluído da ação em troca do cumprimento de pena alternativa.
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