A Policia Federal investiga o uso de R$ 8 milhões para a compra de votos em Cuiabá. Durante todo o dia, o delegado Cristiano Nascimento está ouvindo pessoas ligadas às duas campanhas e inclusive os tesoureiros de Lúdio Cabral (PT) e Mauro Mendes (PSB).

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De acordo com a denúncia feita ao Ministério Público e que está sendo investigada pela PF, a coordenação de campanha de um dos candidatos a prefeito de Cuiabá estaria com uma mala contendo R$ 8 milhões para compra de votos nesta reta final da disputa.

Além da denúncia feita ao MP, outra, encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral, dá conta de que um carregamento irregular de dinheiro teria sido feito para Cuiabá. Um policial, supostamente envolvido na ação, presta depoimento neste momento na Polícia Federal.

A PF chegou a fazer a busca em uma casa na capital, mas nenhum material foi encontrado ou apreendido. O advogado da coligação de Mauro Mendes, José Antônio Rosa, confirmou que acompanhou a equipe do candidato em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira.

“Estive na Polícia Federal acompanhando o comitê financeiro nosso, que foi convocado, assim como o comitê financeiro do PT, pelo delegado Cristiano. Tem uma denúncia de um negócio dos R$ 8 milhões que foram apreendidos. O delegado nos chamou lá porque tinha uma denúncia no Ministério Público e outra na corregedoria relatando os fatos”, declarou Rosa em entrevista por telefone.

O assessor jurídico da Coligação Cuiabá, Mato Grosso, Brasil (PT-PMDB), Eris Alves, em entrevista concedida ao Olhar Direto, ao sair da sede da Polícia Federal na tarde de hoje, afirmou que a denúncia feita ao Ministério Público não confirma quem seria o candidato que compraria os votos.

“Primeiro veio a equipe do Mauro Mendes e foi ouvida pelo delegado Cristiano e agora nós fomos ouvidos. A denúncia foi feita ao Ministério Público e encaminhada à Polícia Federal, que está investigando”, afirmou.

Delegado se reúne com Rui Ramos

O delegado Cristiano dos Santos se reuniria nesta sexta-feira (26) com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Rui Ramos, para esclarecer as questões relativas à denúncia de R$ 8 milhões. O encontro, no entanto, foi cancelado pelas agendas incompatíveis.

O delegado ouviu também o capitão da Polícia Militar Marcos Antonio. Ao sair da Polícia Federal, o capitão afirmou à reportagem não ter nada a declarar. O delegado achou por bem ouvi-lo após realizar diligências na manhã de hoje.

Para o deputado estadual e coordenador da campanha de Lúdio Cabral, Alexandre Cesar, o episódio foi um factóide criado para colocar em dúvida a transparência da eleição em Cuiabá.



Atualizada às 16h56, às 17h45 e ás 18h57