Todos os prazos e cronogramas das obras da Copa do Mundo de 2014 estão no limite e as empresas não têm mais 'gorduras temporais' para queimar de agora em diante. A advertência foi feita pelo secretário da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, concedida no começo da manhã desta terça-feira (8). "Não deveria ser assim, mas infelizmente não temos mais nenhuma gordura para queimar", salienta Guimarães.

Em ritmo lento, obras da Copa 2014 têm custado empregos e indignado comerciantes
Secopa nega atraso em obras mas admite estar “no limite” 

Para justificar os atrasos, o titular da Secopa citou as problemáticas remoções de interferências das obras de travessias urbanas nas principais avenidas de Cuiabá, como a Miguel Sutil. "Tivemos muitos problemas com a CAB (Ambiental, empresa responsável pela rede de esgoto), com a Cemat e com praticamente todas as companhias telefônicas, que demoraram muito tempo para fazer as remoções", enfatizou Guimarães.

Segundo ele, o atraso nas remoções e os problemas com alguns processos licitatórios, com a falta de mão de obra, desapropriações e com projetos básicos e executivos foram preponderantes para que o "limite do tempo de esgotasse". "Por isso não temos mais gordura para queimar e vamos ter que ser mais rigorosos ainda na execução das obras, com acompanhamento diário e de forma minuciosa. Não podemos perder mais tempo", salienta.

A despeito das "gorduras já queimadas", Guimarães faz um prognóstico otimista para a entrega das obras: "Praticamente todas as obras, com excessão das de grande porte, serão entregues ainda neste ano", vaticina.

Goiano de Rio Verde e servidor de carreira da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Maurício Guimarães assumiu o cargo de secretário da Secopa com a queda de Eder Moraes Dias, que perdeum uma queda-de-braço para os deputados José Riva (PSD) e Sérgio Ricardo (PR), atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Eder esbarrou na força política de Riva e foi defenestrado do cargo.