Os preços do petróleo voltaram a superar os US$ 70 o barril nesta quinta-feira, ao predominarem os temores em torno do fornecimento da Nigéria e as dúvidas sobre a demanda.

Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o barril de petróleo para entrega em agosto encerrou cotado a US$ 70,23, em alta de 2,27% em relação ao fechamento anterior (US$ 68,67).

"Os preços do petróleo se fortaleceram com a tormenta na Nigéria, com o ataque do grupo Mend ao oleoduto Bille/Kramaka, que alimenta o terminal de Bonny, um ponto fundamental da Nigéria para a exportação de petróleo", informaram analistas do banco Barclays Capital.

O principal grupo armado do sul da Nigéria, o Mend (Movimento para a Emancipação do Delta do Niger), anunciou hoje haver atacado este oleoduto da companhia anglo-holandesa Shell.

O ataque, o mais recente de uma série iniciada há duas semanas, pode traduzir-se em um novo corte da produção da Nigéria, primeiro produtor de petróleo do continente.

Segundo Oliver Jakok, analista do gabinete Petromatrix, a violência das últimas semanas pode ter reduzido a oferta nigeriana de petróleo a 1,3 milhões ou a 1,4 milhões de barris diários, frente aos 1,8 milhões do primeiro trimestre.

"A produção ociosa pode ser suficiente para suprir toda a interrupção de produção na região", observou Nimit Khamar, analista da corretora Sucden.

Por conta da crise econômica internacional, que derrubou a demanda pela commodity, os membros da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) acumularam excedentes de petróleo ao redor de 6 milhões de barris, nível não registrado desde 2000.