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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Notícias | Economia

Mulher de Madoff diz que sente "imensa dor" por vítimas de fraude

A mulher do financista americano Bernard Madoff, Ruth, divulgou nesta segunda-feira uma nota na qual diz que sente uma "imensa dor" pelas histórias de perdas de pessoas cujas economias "evaporaram" com o golpe do marido --um esquema de fraude estimado em US$ 65 bilhões através de uma pirâmide financeira.


"Muitos dos investidores de meu marido eram meus amigos e meus familiares. E desde dezembro, eu li, com imensa dor, as histórias de sofrimento das pessoas cujas economias evaporaram por causa desse crime", disse Ruth Madoff, na nota.

No texto ela diz que quando soube do golpe praticado por Madoff, soube também que "muitas pessoas que confiaram nele seriam arruinadas financeira e emocionalmente" e que "a vida com o homem que conheci por mais de 50 anos havia acabado".

"Estou quebrando o silêncio agora porque minha relutância em falar tem sido interpretada como indiferença ou falta de simpatia pelas vítimas do crime de meu marido, o que é o exato oposto da verdade."

"Vidas foram reviradas e investimentos foram eliminados. Todos que foram tocados por essa fraude se sentem traídos; não acreditam no pesadelo do qual acordaram. Estou constrangida, envergonhada. Como todos, me sinto traída e confusa. O homem que cometeu essa terrível fraude não é o homem que conheci por todos esses anos", diz a nota.

"No fim, dizer que estou devastada pelos muitos a quem meu marido destruiu é realmente inadequado. Nada que possa dizer parece suficiente, considerando o sofrimento diário que todas aquelas pessoas inocentes estão enfrentando por causa de meu marido. Mas, se é que isso interessa a elas, saibam que não se passa um dia em que eu não sinta dor pelas histórias que li e ouvi."

150 anos

Madoff foi condenado hoje a 150 anos de prisão pela fraude. A pirâmide de Madoff, 71, é considerada a maior fraude financeira da história, superando a quebra fraudulenta da empresa americana de energia Enron, em 2001 --ela declarou falência após reconhecer que havia contabilizado centenas de créditos como operações de compra e venda, com prejuízo de US$ 63,4 bilhões.

A punição era a maior possível para os 11 crimes praticados na montagem e manutenção da pirâmide e foi determinada pelo juiz federal Denny Chin, da Corte Federal de Manhattan, em Nova York.

Os advogados de defesa de Madoff tinham pedido uma condenação por 12 anos --ele não poderia ser absolvido porque era réu confesso. Já os promotores foram atendidos no pedido de pena máxima. Após a sentença ser anunciada por Chin, aplausos irromperam na sala de audiências onde ocorreu o julgamento.

Preso em dezembro do ano passado após a descoberta do esquema fraudulento de US$ 65 bilhões, Madoff, ex-diretor da Bolsa Nasdaq, assumiu sua culpa. Sobre ele pesavam 11 acusações, entre elas lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude, cujas penas somadas davam os 150 anos a que foi condenado.

Ponzi


No esquema conhecido como pirâmide financeira ou Ponzi, Madoff prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes.

O esquema de Madoff começou a ruir com a crise financeira global. Preocupados com o rumo da economia, diversos investidores tentaram resgatar seus recursos, fazendo com que a pirâmide não fosse mais sustentável.

Bancos europeus e americanos, empresários, atletas e celebridades estão na lista de de potenciais vítimas da fraude. Aparecem na relação várias sociedades financeiras, principalmente europeias e americanas, grandes e pequenas, que asseguram ter investido na estrutura piramidal organizada por Madoff. Entre elas há fundos através dos quais investiram bancos como o BBVA, Bank of America, UBS, BNP Paribas, Bank of New York Mellon e Credit Suisse.

Já entre as pessoas há famosos como o apresentador de televisão Larry King, os atores John Malkovich e Kevin Bacon ou o empresário imobiliário Larry Silverstein, e até pessoas ligadas ao financista, como seus filhos Mark e Andrew e seu irmão, Peter. Entre os nomes na lista também estão o do jogador de beisebol Sandy Koufax, o do senador democrata Frank Lautenberg e o do multimilionário Fred Wilpon, dono do time de beisebol New York Mets.
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