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Sábado, 27 de abril de 2024

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Renda dos consumidores cresce, mas pretensões de compras recuam

A renda dos consumidores brasileiros cresceu na passagem de 2007 a 2008. Mas mesmo tendo mais dinheiro disponível para gastar, suas pretensões de compras foram reduzidas. Os sinais do comportamento cauteloso dos brasileiros foram confirmados hoje pela pesquisa Observador Brasil, divulgada pela financeira francesa Cetelem - controlada pelo BNP Paribas - e o pelo Instituto Ipsos.


Segundo o levantamento, a renda familiar média do brasileiro em geral cresceu 11%, passando de R$ 1.047 em 2007 para R$ 1.162 no ano passado. Houve aumento em todas as classes sociais, sendo que o maior avanço, de 16,5%, ocorreu nas classes A e B, com a renda média atingindo R$ 2.586 no ano passado. Na classe C, com R$ 1.201, o aumento da renda foi de 13%, enquanto nas classes D e E, houve um incremento de 12% na comparação anual, para R$ 650.

Todas as classes também apresentaram elevação na renda disponível para o consumo, aquela que não envolve os gastos correntes das famílias. A melhor notícia veio das classes D e E, cuja renda disponível passou de R$ 22 em 2007 para R$ 69 no ano passado. "Há quatro anos esta classe social não conseguia fechar as contas. As famílias ficavam devendo todo mês. Hoje esta situação mudou e foi uma mudança em alta velocidade", afirma Marc Campi, diretor-geral da Cetelem, relembrando os dados de 2005 - primeiro levantamento realizado pela instituição - quando a renda disponível das classes D e E era de R$ 17 negativos.

O aumento de renda livre para consumo da classe C, que abrange a maioria dos brasileiros, também impressiona. Em 2005, era de apenas R$ 122, tendo subido para R$ 147 em 2007 e saltado para R$ 212 no ano passado. Nas classes A e B, a renda disponível aumentou de R$ 506 em 2007 para R$ 834 no ano passado, sendo que, quando a pesquisa teve início, a renda disponível era de R$ 632.

Por outro lado, a pesquisa mostrou também que a intenção de compras dos brasileiros nos itens avaliados sofreu uma redução, na comparação com 2007. "O ano passado foi marcado por uma forte pretensão de consumo. Hoje o comportamento do brasileiro sofreu uma alteração", analisa Campi.

Em dez, dos doze itens levantados, houve um menor percentual de pessoas que afirmou ter a intenção de consumo. Eletrodomésticos, com 36% dos entrevistados; móveis, com 34%; e gastos com viagens e lazer, com 26%, continuaram sendo os elementos que estão entre as principais pretensões de compras dos brasileiros.

Se mantiveram estáveis as categorias equipamentos esportivos (8%) e moto (7%). Telefone celular e TV, itens que na pesquisa anterior apresentavam acréscimo na intenção de compra, caíram de 24% para 21% e de 18% para 16%, respectivamente. "A cautela está um pouco maior", conclui Campi.

Apesar dos efeitos negativos da crise no comportamento do consumidor, Campi acredita que os impactos sociais da retração econômica no Brasil serão pequenos. "A repartição das classes deverá se manter", prevê o diretor da Cetelem.

Ele enfatiza que a palavra-chave para os resultados da pesquisa neste ano é "consolidação". Isto porque, diante da pesquisa, pôde-se verificar uma estabilidade da distribuição das classes por consumo em 2008. A classe C continua sendo a maior, representando 45% dos brasileiros, a A/B tem 15%, enquanto 40% dos consumidores do país pertencem às classes D e E. "A pirâmide social se manteve e isso mostra a consolidação da evolução, principalmente da classe C, ocorrida nos anos anteriores", conclui.

O levantamento envolve 1.500 pessoas, de 16 anos ou mais, entrevistadas entre os dias 16 e 29 de dezembro do ano passado. A pesquisa abrange 70 cidades, em nove regiões metropolitanas do país.
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