Começa hoje a 12ª Marcha dos Prefeitos. Para o evento são esperadas cerca de 4.000 pessoas, entre prefeitos, secretários municipais, vereadores e autoridades dos governos federal e estadual.
O encontro é organizado pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios). Até quinta-feira (16) serão discutidos assuntos como a escassez de recursos, reformas tributária e da Previdência e reformulação do pacto federativo, além da regulamentação da Emenda Constitucional 29.
A abertura da marcha, marcada para o meio-dia de hoje, terá a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros de seu primeiro escalão. Em seu programa semanal de rádio, Lula gabou-se ontem de ter sido o primeiro presidente da República a participar do evento, em 2003, e de ter sido o primeiro a receber os prefeitos.
O ministro José Múcio (Relações Institucionais) afirmou que Lula anunciará, no evento, uma série de medidas para contemplar os municípios, entre elas novidades nas regras de repasse de recursos para o transporte escolar, além de uma linha de financiamento de R$ 500 milhões para a aquisição de máquinas agrícolas.
"O que foi prometido na última marcha foi cumprido. Ele [Lula] irá prestar contas", disse.
O secretário de Reforma Econômico Fiscal do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, vai falar sobre reforma tributária sob a visão municipalista, numa palestra prevista para as 16h, durante a programação da marcha.
Apoio de estatais
O encontro de prefeitos é patrocinado por quatro empresas estataise tem por objetivo cobrar do governo federal demandas de interesse dos municípios.
Juntos, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras destinaram R$ 700 mil à marcha. O Sebrae, entidade de apoio a micro e pequenos empresários cujo atual presidente, Paulo Okamotto, foi indicado pelo Planalto, deu mais R$ 150 mil.
A Confederação Nacional dos Municípios afirmou, por meio de assessoria, que só divulgará os custos ao final do evento, que será realizado no hotel mais luxuoso de Brasília -o Brasília Alvorada Hotel.
Por meio de assessoria, a Caixa alegou que o "segmento de Estados e municípios é um dos priorizados pela Caixa para a sua atuação negocial", e que o banco "busca também oferecer seus produtos e serviços em eventos desta natureza".
Bruno Kuick, gerente de políticas públicas do Sebrae, afirmou que o apoio ao evento se dá porque o Sebrae tem como estratégia sensibilizar os gestores públicos municipais sobre os objetivos da entidade.
"Para nós, é oportunidade de ouro. Se fôssemos rodar o país para falarmos sobre isso tudo custaria no mínimo dez vezes mais", afirma Kuick.
O BNDES informou que o banco atua muito com prefeituras e que, por isso, tem interesse nesse "cliente".
O Banco do Brasil disse que considera importante participar da marcha porque é "o principal agente financeiro dos municípios", e que essa é uma oportunidade de consolidar negócios. Já a Petrobras afirmou que, desde 2001, contribui com a marcha porque encontra no evento uma "oportunidade estratégica de negócio com as prefeituras do Brasil".
