Levantamento foi feito pelo DataSenado com 1.277 pessoas.
Para 50% dos entrevistados, corrupção é o 'maior problema' da Casa.

A primeira avaliação feita pelo DataSenado, vinculado à Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, na atual gestão de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa mostra que os escândalos comprometeram a imagem da instituição em todos segmentos da população.

Foram entrevistadas por telefone 1.277 pessoas em junho, em 81 municípios, incluídas as 27 capitais e o Distrito Federal.

Para 50% das pessoas entrevistadas, a corrupção é o “maior problema” do Senado. A falta de transparência é a segunda questão para 21% dos que foram ouvidos - 16% criticaram o excesso de gastos. A demora nas votações de matérias legislativas foi apontada como problema por apenas 12%. E só 1% das pessoas ouvidas não quiseram se manifestar.

O Senado, que tem orçamento de R$ 2,7 bilhões, enfrenta desde o início do ano uma série de denúncias envolvendo funcionários e senadores, como o excesso de diretorias na Casa e a contratação de parentes e agregados de senadores e da família de Sarney em cargos comissionados.

A Casa tem 10 mil funcionários que trabalham para atender 81 senadores - 3,5 mil servidores terceirizados, 2,8 mil comissionados e 3,3 mil funcionários efetivos.

A pesquisa mostra que a maioria das pessoas consultadas (89%) afirma, com base nas medidas anunciadas, que a “faxina” da Casa dependerá da reforma administrativa, do corte de 10% dos gastos do Senado (88%), da redução do número de diretores (84%) e da limitação no uso de passagens pelos senadores (86%).

O trabalho de Sarney também foi avaliado. Para 17% dos ouvidos, a atuação do parlamentar é “péssima”; 9% a consideram “ruim”. O desempenho do presidente da Casa foi considerado “ótimo” para 6%, “bom” para 27% e regular para 39%. A assessoria de Sarney disse ao G1 que ele ficou "muito satisfeito" com o resultado sobre sua avaliação como presidente, mas que não comentaria o assunto.