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Sábado, 27 de abril de 2024

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Engenheiro militar se espanta com obra do VLT: “Erros gravíssimos, é uma inversão do processo”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Engenheiro militar se espanta com obra do VLT: “Erros gravíssimos, é uma inversão do processo”
O engenheiro militar, Alaor Navarro de Moraes, esteve em Cuiabá na última semana e se espantou com a obra do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Ele, que trabalhou no Exército brasileiro durante 35 anos antes de se aposentar, afirmou que houve uma inversão do processo de construção e achou inconcebível iniciar os trabalhos do novo modal sem projeto: “Erros gravíssimos”.


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“Existem erros gravíssimos nesta obra. O que aconteceu foi uma inversão do processo de construção de uma obra. A ultima coisa que a gente faz na obra é a execução. O projeto não foi feito, isso é inconcebível, nunca vi algo deste tipo antes. Parece que os engenheiros foram derrotados pelos políticos”, disse ao Olhar Direto o engenheiro que reside atualmente em Juiz de Fora (MG).
 
Alaor se espantou com a situação da obra do novo modal: “Como engenheiro, o que eu vi foi algo impactante. Já foi gasto muito dinheiro e há pouca coisa feita. Esta obra devia ter mais resultado, o que não aconteceu até agora. Em termos de trilho e linha é muito pouco, acredito que na faixa de 10%. Falta muita coisa, como por exemplo, estações, infraestrutura da linha, entre outros”.

"Faz parte de todo projeto de obra um documento chamado Cronograma Físico- Financeiro, que detalha o pagamento da obra à medida que os diversos serviços vão sendo executados. Isto permite equilibrar o pagamento e a execução, de tal maneira que as partes contratantes não se prejudiquem.Diante das matérias veiculadas e também diante daquilo que os olhos vêem, observa-se que o cronograma financeiro andou a passo de lebre,  enquanto o físico a passo de tartaruga", disse Alaor.
 
Quando soube dos problemas na cabeceira do viaduto da UFMT (Jornalista Clóvis Roberto) o engenheiro se disse surpreso: “É um projeto mal feito se isso acontece aqui. Um erro grave ter um local em que o VLT vai passar alagando. Acredito que pode ficar pronto até 2018, mas tem que começar logo”.
 
“A desapropriação antecede o projeto. Ela é feita em uma fase denominada anteprojeto. Baseado nisto, se adotam todas as medidas administrativas e jurídicas necessárias para executar a obra. E pelo que eu vi aqui, eles ainda estão desapropriando”, acrescentou o militar, que ainda acrescentou que “Em obra urbana, a formula mais adequada é esta, seguir a linha, e não fazer em partes”.
 
O engenheiro militar também disse que o RDC (Regime Diferenciado de Contratação) não interfere em nada a execução da obra: “Ele te poupa de fazer um processo muito mais demorado. Beneficia a parte administrativa da obra. Na parte técnica e na execução não interfere. Para exemplificar, se o VLT fosse uma ponte, eles teriam construído a infraestrutura sem fazer o alicerce dela. Eu nunca vi isso”.
 
“A desapropriação é direito do cidadão que tem a sua propriedade particular. Ele tem de ser indenizado a valor de mercado. O Estado tem poder de desapropriar em beneficio do interesse coletivo, que está sempre acima do interesse pessoal e individual”, disse o engenheiro.
 
Alaor Navarro de Moraes tem 67 anos e trabalhou durante 35 anos no Exercito brasileiro. Ele foi comandante do 5º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), em Porto Velho (RO), e participou ativamente da construção da BR-364, que liga Cuiabá até Rio Branco (AC), passando pela capital de Rondônia.
 
Hoje, na reserva remunerada do Exército, Alaor Moraes possui condições de dar consultoria sobre construção de estradas, na Amazônia Legal. No comando do 5º BEC, desbravou trechos da BR-364 considerados praticamente intransponíveis.  “Muitos homens perderam suas vidas, nessa tarefa”, citou.
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