Mais de 3.000 trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Via Campesina devem participar de uma marcha na tarde desta terça-feira em Brasília.

Segundo informações do MST, os manifestantes sairão às 14h do Acampamento Nacional pela Reforma Agrária, em frente ao estádio Mané Garrincha, com destino à sede do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).

O objetivo da manifestação é pressionar pelo cumprimento das reivindicações apresentadas ao governo federal na última quarta-feira (12).

De acordo com o MST, os pedidos serão discutidos durante uma audiência entre os trabalhadores e uma comissão interministerial. A reunião ocorrerá no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), a partir das 14h30.

Entre as reivindicações estão a liberação de mais de R$ 700 milhões do orçamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a desapropriação e obtenção de terras.

Os recursos seriam utilizados para garantir o assentamento de 90 mil famílias acampadas, e o investimento no passivo dos assentamentos já existentes. O MST pede também a atualização dos índices de produtividade rural.

Apesar de manter publicamente o pedido do assentamento de 90 mil famílias, a Folha apurou que os sem-terra teriam aliviado a pauta de reivindicações e reduzido para 20 mil o número de assentamentos.

Segundo a reportagem, a estratégia não é admitida publicamente por conta das explicações que teria de dar às bases acampadas em 24 Estados, mas visaria adaptar os pedidos à realidade do governo, que informou que, no melhor dos cenários, conseguirá assentar em 2009 um total de 8.500 famílias do MST.

Diante disso, o movimento teria reduzido de 150 para 30 as áreas prioritárias e indicou o atendimento de cerca de 1.000 famílias por Estado.

O MST não quis se manifestar. O Incra afirmou que as conversas com o MST foram para "detalhar" a pauta de pedidos.

MAB

Também deve participar da reunião o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens). O movimento aguarda resposta para sua proposta de criação de uma comissão para elaborar diretrizes e critérios a serem adotados nas obras do setor elétrico nacional, em especial na construção de barragens.

O objetivo, segundo o movimento, seria criar uma política social de tratamento às populações atingidas por barragens.

De acordo com o MAB, a regulamentação deve reduzir casos de indenizações injustas e de desrespeito aos direitos humanos no processo de instalação de uma barragem.