A atuação parlamentar no Congresso Nacional do ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB) faz com que muita gente o veja como representante do agronegócio na disputa suplementar que se abre agora para o Senado. Colocado como pré-candidato, o tucano no entanto afirma que o rótulo não corresponde à realidade.
 
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“Eu não sou produtor, eu sou urbano. A diferença é que quando eu fui para Brasília, eu fui defender Mato Grosso, que tinha problemas muito sérios na área ambiental, fundiária, e eu levantei todas essas bandeiras. Eu não sou do agro, eu sou de Mato Grosso. O rótulo, eu não acho ruim, mas ele não é real”, declarou, em entrevista concedida na última semana.
 
A identificação com o agronegócio não é por acaso. Leitão presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e em 2017 ganhou o prêmio de destaque político do CNA Agro 2017, homenagem criada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Na presidência da FPA, Leitão atuou para reaproximar o bloco da CNA e combateu demarcações de terras indígenas e quilombolas como relator da a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra.
 
Oficialmente, Leitão é o único filiado ao PSDB que oficialmente de colocou como pré-candidato. O ex-governador Pedro Taques (PSDB) e o prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), chegaram a ser citados como opção, mas o ex-deputado é a opção com o projeto mais sólido.
 
“Ainda temos uma caminhada. Eu não participei da cassação, fiquei fora desse processo até que ele fosse finalizado no dia 10 de dezembro, e depois disso eu conversei com alguns pretendentes, com o partido, nenhum sinalizou com vontade de colocar o nome e eu deixei meu nome à disposição. Mas até o dia 12 de março qualquer filiado pode se apresentar, por enquanto conversei com os deputados, com os prefeitos, com os senadores, visitei o prefeito Francis que era um dos pretendentes, ele abraçou a minha pré-candidatura, visitei o ex-governador Pedro Taques que também me informou que não tinha nenhum interesse em ser candidato, e a partir dali iniciei minha articulação”, garantiu.
 
Além dos colegas de partido, Leitão conta que buscou também políticos de outras legendas e outros grupos. “Eu tenho conversado com o Jayme [Campos], o Julio [Campos], o Wellington [Fagunde], com o vice-governador Otaviano Pivetta, conversei com praticamente todos os atores da política. E política é isso, é boa articulação. A tradução de tudo isso é que eu tenho um bom relacionamento com todos eles. A conversa é sempre essa: todo mundo é candidato até lá na frente. Todos pretendem ser o titular, mas quem for abrir mão só vai fazer isso depois do início de março”.