As eleições do próximo ano não devem brecar os investimentos no Brasil, num cenário bem distinto do visto em 2002. Segundo gestores e executivos do mercado financeiro, a estabilidade macroeconômica é agora reconhecida como essencial ao país por um número mais consolidado de políticos.
"O Brasil já percorreu todo o espectro político possível. Visto lá de fora (pelo investidor externo) não é isso que vai desequilibrar o processo de crescimento brasileiro, mas temos nossa pauta interna para cumprir", começando pela reforma política, que é "a mãe de todas as reformas", afirmou Paulo Guedes, sócio fundado da BR Investimentos e estrategista do fundo de private equity BR Educacional FIP.
"Tudo isso é problema interno nosso. Lá fora a percepção é de que o Brasil já saiu do inferno." Guedes citou que seus investimentos são todos de prazo mais longo, entre sete e 15 anos, em áreas que demonstram apostas no país, como educação, recursos hídricos e energias renováveis.
Para Luiz Otavio Magalhães, sócio e co-fundador da Pátria Investimentos, as oportunidades 'vão continuar existindo' mesmo neste período pré-eleitoral. "Eleição não é hoje o fator de preocupação que foi no passado", afirmou.
O fundo Pátria Private Equity 3 conta com US$ 700 milhões captados, dos quais apenas US$ 150 milhões já tiveram destino. "Já estamos com recursos. A decisão agora (de investir) é nossa.Temos cerca de 10 possibilidades em análise."