A taxa de câmbio subiu pelo sétimo dia e atingiu sua maior cotação desde 21 de julho na primeira sessão de negócios de setembro. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,905, em alta de 0,79% sobre a cotação de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,020, em um acréscimo de 1%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perdas de 1,16%, aos 55.833 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,68 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrai 1,86%.
Profissionais de mercado notam que a Bolsa de Valores está em processo de realização de lucros (venda de papéis valorizados), com impacto sobre o mercado de moeda. Muitos dos agentes financeiros, que fizeram suas apostas nos ativos brasileiros meses atrás, já começaram a se desfazer desses papéis depois que o índice Ibovespa, "termômetro" da Bolsa, acumulou valorização de 50% até o mês passado.
A correia de transmissão é o mercado futuro, em que muitos buscaram "hedge" (proteção), para se precaver contra o derretimento dos preços da moeda americana, que caíram quase 20% nos últimos oito meses.
O diretor da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, também nota um processo de aversão a risco por parte dos grandes investidores. "Que a taxa tenha ido de R$ 1,83 a R$ 1,90 não acho tão preocupante e nem se compara com os piores momentos da crise. O que me preocupa é que nós não vimos nessas últimas semanas nenhum indicador que mostre que os EUA estão definitivamente fora da crise. Era se de esperar que depois de toda a ajuda do governo, eles começassem a puxar a recuperação da economia global", acrescenta.
Juros futuros
Os contratos de juros futuros negociados na BM&F voltaram a rebaixar as projeções para 2010 e 2011. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelou que o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) apontou inflação de 0,20% no mês de agosto. Trata-se do menor índice desde a quarta quadrissemana de junho, quando a alta foi de 0,12%.
No contrato que projeta as taxas para janeiro de 2010, a taxa prevista recuou de 8,63% ao ano para 8,59%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 9,74% para 9,67%.
