O presidente do PDT em Mato Grosso, deputado estadual Allan Kardec, lamentou a saída do vice-governador Otaviano Pivetta do partido e recordou que ele já estava flertando com ideologias de direita desde 2018, quando se recusou a votar no candidato Ciro Gomes, para ajudar a eleger Jair Bolsonaro (sem partido) na Presidência da República.
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Após declarar apoio à candidata de Bolsonaro, Pivetta pede desfiliação do PDT
Em entrevista concedida na terça-feira (20), um dia após o pedido de desfiliação de Pivetta, Kardec afirmou que todos no partido estão tristes com a saída, mas entendem a mudança de posicionamento, que ficou insustentável com o anúncio de apoio à candidata ao Senado, Coronel Fernanda (Patriota), que é 100% alinhada com os ideais da família Bolsonaro.
“Fiquei triste, ontem tivemos uma conversa e ele pediu a desfiliação, mas ele já vinha ensaiando isso desde a campanha de 2018, quando ele apoiou o Bolsonaro. Agora ele se manifestou a favor da candidata Coronel Fernanda e isso vai direto contra a direção partidária”, disse o parlamentar, que também agradeceu Pivetta por todos os anos dedicados ao PDT.
“Mas o Pivetta deixou um legado no PDT, teve mais de 15 anos de militância, teve três mandatos de prefeito que foi premiado em todo Brasil. Ele é uma pessoa que tenho como referência, mas hoje é uma pessoa que se posiciona diferente daquilo que o PDT orienta. O PDT continua firme, hoje sem o Pivetta, mas crescendo no Estado. Ele não irá levar ninguém, não fez o pedido para ninguém sair. Ele só se desfiliou, não irá para nenhum partido até o final deste ano e nós vamos estar tocando o partido, hoje sem o Pivetta, mas lembrando sempre que ele ajudou na construção do partido no Estado”, finalizou.
O vice-governador pediu desfiliação partidária do PDT nesta segunda-feira (19). Ele informou, por meio de uma nota à imprensa, que encaminhou o pedido ao presidente do partido, deputado Allan Kardec, após conversa “amistosa e respeitável”.
Pivetta já havia anunciado apoio à candidata Coronel Fernanda, do Patriota, na eleição ao Senado, indo, assim, contra a orientação do partido, que apoia o candidato Euclides Ribeiro (Avante).
Na pré-campanha, seu nome chegou a ser cotado como uma possível candidatura ao Senado, mas após pedido do governador Mauro Mendes (DEM), ele recuou.
