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Domingo, 05 de maio de 2024

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8 TONELADAS

Açougue com 'filas quilométricas' doa equivalente a quase R$ 100 mil em ossos todo mês

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Açougue com 'filas quilométricas' doa equivalente a quase R$ 100 mil em ossos todo mês
Desde que a fila dos ossos ganhou repercussão nacional, o número de pessoas que passou a ir ao Atacadão da Carne, no CPA 2, em Cuiabá, só aumenta. De acordo com a dona do estabelecimento, Samara Rodrigues de Oliveira, o mínimo doado ao dia é mil quilos. Como as entregas são feitas duas vezes na semana, ao mês são mais de oito toneladas, o equivalente a R$ 100 mil, levando-se em consideração que na mesma região, o quilo do osso é vendido em média a R$ 10. 


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“Tem o custo do ossinho que eu poderia estar vendendo, tem serra que custa R$ 153, embalagem, energia, sacolas. Uma vez me perguntaram, quanto custa isso pra você? Nada! Custa nada”, enfatiza, com os olhos lacrimejando. “Pela vida que eu tenho e minha família tem, pelo que podemos fornecer aos nossos colaboradores, não custa nada”.



Diferente dos ossos vendidos nos outros açougues, Samara ainda gosta de deixar um pouco de carne para ser doado. “Meu marido ainda costuma falar que a gente dá só a gordura. Querendo dizer que a gente ainda faz pouco. Porque dá para fazer mais, se as pessoas esperarem só os governantes, não vai. Se todo mundo olhar um pouco para o lado, dá para ajudar”, cita.

Ela também pontua que as pessoas que vão a fila buscar ossos não precisam só de comida, muitas querem empregos, remédios e assistência psicológica. “Quantas pessoas não assistiram essa matéria e não poderiam vir aqui? Farmácias ajudar essas pessoas com remédios, psicólogos poderiam vir, as portas estão abertas. Quantas padarias temos aqui perto? Ninguém nunca veio trazer um pão para quem está dormindo”.

Bastante emocionada, uma internauta compartilhou em seu perfil no Instagram nesta quarta-feira (15), um vídeo em que mostra as famílias dormindo na fila. “Eu não sei se isso aqui toca o coração de vocês. O povo está dormindo para pegar osso. Cadê as autoridades desse estado, desse país? Que vergonha”, desabafa.

As pessoas que passaram a noite ao relento aguardavam pelas doações na manhã desta quinta-feira (16). Alonso Egydio, 63 anos, que chegou por volta das 3h. “Por causa da fila eu vim mais cedo, tem bastante gente”, pontua.

O morador do CPA 3, setor 2, não tem emprego e encontra esperança na doação dos ossos. Sua única fonte de renda são vasos para plantas que ele costuma produzir. Desde que perdeu a esposa para um câncer, há dois anos e quatro meses, ele vive sozinho.



Desta vez, ao ir em busca de ossos, foi surpreendido. Um grupo de voluntárias lhe doou uma cesta básica e um panetone, que irão alimentá-lo por aproximadamente um mês, conforme contou ao Olhar Direto.  

“De primeiro, era uma filinha. Agora aumentou bastante. O pessoal tá precisando”, diz o idoso.
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