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ASSENTADOS EM ITANHANGÁ

Cattani rebate reportagem do UOL e nega defender fazendeiros: "pessoas chegaram com uma mão na frente e outra atrás"

20 Abr 2022 - 17:21

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Érika Oliveira

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Cattani rebate reportagem do UOL e nega defender fazendeiros:
O deputado Gilberto Cattani (PL) rebateu informações divulgadas nesta quarta-feira (20) pelo colunista Rubens Valente, do UOL, que revelou atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto à Presidência do Incra, em Brasília, em defesa de fazendeiros que foram alvo da Operação Terra Prometida. Deflagrada em 2014, a investigação buscou combater suposta invasão de terras públicas de um projeto de assentamento da União em Itanhangá (491 Km de Cuiabá).


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O parlamentar mato-grossense negou que estejam fazendo a defesa de fazendeiros que teriam invadido lotes do assentamento.

"Quando se fala em fake news é isso. Estão dizendo que estamos defendendo fazendeiros, mas deveriam mostrar a escritura de terra dessas pessoas. As pessoas que estão sendo vilipendiadas no Intanhangá são pessoas que chegaram lá sem nada, com uma mão na frente e outra atrás e foram assentadas pelo Incra. Hoje estão querendo tomar o lote dessas pessoas. Quando falam que defendemos fazendeiros, tem que apresentar a escritura, até elas gostariam de ser", disse, em conversa com a imprensa nesta manhã.

A investigação da Polícia Federal, no entanto, apontou que desde a criação do assentamento, em 1995, mais de mil lotes foram transferidos ilegalmente para cerca de pouco mais de 80 fazendeiros e grupos familiares. A operação prendeu mais de 50 pessoas e, segundo a reportagem, deu origem a 53 inquéritos e dezenas de ações penais e cíveis.

Atualmente, por conta da valorização, a área é disputada, já que do outro lado dos fazendeiros que teriam invadido alguns lotes, há um grupo com cerca de 260 trabalhadores rurais sem-terra acampado desde 2013 em um dos lotes do assentamento e pede ao Incra a retirada dos fazendeiros para nova redistribuição por meio da reforma agrária. 

"A Terra Prometida foi dentro do assentamento de Itanhangá, prendeu pais de famílias, pessoas que estavam acordando 4 da manhã para fazer suas rezas e tirar leite. Tanto é que todas estão soltas e morando lá. Se por ventura um sentado foi preso e denominado de fazendeiro, alguém está errado. O motivo é outra história", declarou Cattani.

Reunião

Para manter os fazendeiros, Eduardo Bolsonaro, ao lado de Cattani, se reuniu com o diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento, Giuseppe Vieira, com a procuradora chefe no Incra, Renata Carvalho, e com a diretora de Governança Fundiária, Eleusa Gutemberg. A agenda ocorreu no dia 10 de março e segundo o Incra, o presidente do órgão, Geraldo Melo Filho, não participou porque teve que viajar para acompanhar o velório do pai, que faleceu quatro dias antes.

Para o UOL, perguntado se a Operação Terra Prometida não encontrou irregularidades em inúmeros lotes no Itanhangá, Cattani respondeu que a operação "acharia irregularidade em praticamente todos os lotes em qualquer assentamento que ela fosse, inclusive no meu, eu moro num assentamento" porque o governo, segundo ele, não garante o título de propriedade.
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