Mesmo que esperado, o recuo do senador Carlos Fávaro (PSD) em disputar o Governo de Mato Grosso pode erodir os acordos quase certos para que a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV) ocupe a primeira suplência na chapa do pré-candidato ao Senado Neri Geller (PP). A composição que está sendo articulada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pode acabar não se concretizando, especificamente pela forma com que o anúncio de Fávaro foi feito, pela imprensa.

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Emanuel, que até semana passada indicava como acertada a formação da chama, mudou o tom, afirmando que não há nada fechado. “Essa conduta do Fávaro agora prejudica um pouco. Não fere de morte, mas prejudica um pouco essa negociação, pela forma que foi feita”, disse, em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (25).

Visivelmente decepcionado, Emanuel ressaltou que abriu as portas da própria casa para que a aproximação de Neri e Fávaro com a federação Brasil da Esperança (PT, PV, PCdoB) fosse sacramentada em Mato Grosso.

“O tempo todo eu os recebi com todo respeito e carinho, ontem mesmo tomaram café, hoje tive boa parte da manhã com o Neri. Combinamos de conversarmos entre nós para depois anunciar. Dá a impressão de que estava tudo delineado, mas não tem problema, faz parte do jogo”, afirmou.

“A Márcia é uma convocada, o Neri e o Fávaro que vieram atrás e pediram para fazer essa composição, mas estamos discutindo. Está avançado, mas não está decidido ainda”, completou.

Convidado pela federação para disputar o Paiaguás pelo grupo, Fávaro já dava sinais de que não pretendia encarar a briga com Mauro, de quem é aliado. No fim da tarde desta segunda, no entanto, ele confirmou o recuo e ainda defendeu que Neri esteja no palanque aberto do governador.

O posicionamento contraria as lideranças da federação, que ainda batem cabeça para concretizar uma chapa majoritária. Apesar da situação estadual, Neri mantém aliança com a chapa de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), tanto que Fávaro será coordenador da campanha petista no estado.

Sem desistir de emplacar uma candidatura para enfrentar Mauro, Emanuel fez suspense e disse que até quarta-feira (27) irá anunciar um "plano B". Na federação, o nome da ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia, continua como possibilidade para encarar a eleição.