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Sábado, 27 de abril de 2024

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Funcionários eram ameaçados para entrar em esquema de desvio de cargas; veículos de luxo apreendidos

Foto: Reprodução

Funcionários eram ameaçados para entrar em esquema de desvio de cargas; veículos de luxo apreendidos
Investigação que resultou na operação Grão de Areia aponta que a organização criminosa oferecia grande quantidade de dinheiro aos funcionários da empresa vítima coniventes com as fraudes. Quando não conseguiam cooptar, proferiam ameaças de morte para intimidá-los. Além das prisões, a força-tarefa resultou ainda na apreensão de diversos veículos, incluindo alguns de luxo, e armas de fogo. 


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A megaoperação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (28), para cumprimento de 88 ordens judiciais com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, voltada para crimes de furto qualificado, estelionato e fraude na entrega de cargas na região sul de Mato Grosso.


 
Foram identificados oito empresários, nove motoristas, seis funcionários da empresa vítima, além de sete outras pessoas, responsáveis pelo agenciamento, contabilidade e comércio das cargas desviadas.


 
Na operação, são cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de 31 ordens de sequestro de bens. Os mandados, expedidos pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá, são cumpridos em Rondonópolis, Pedra Preta, Diamantino e na Capital.  
 
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou a atuação de um grupo envolvido em furto e adulteração de cargas de soja e farelo de soja na cidade de Rondonópolis, tendo como vítima o terminal ferroviário de cargas, principal polo de infraestrutura logística de Mato Grosso, responsável pelo escoamento de boa parte da safra estadual.


 
Com o prosseguimento das investigações, apurou-se a existência de uma verdadeira organização criminosa atuante na cidade de Rondonópolis, composta por empresários do ramo de transporte e comércio de grãos, agenciadores, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima, num total de 30 pessoas identificadas envolvidas.
 
O grupo criminoso investigado vem atuando em Rondonópolis desde 2020, contando com a participação de empresários, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima, tendo desviado aproximadamente R$ 9 mil toneladas de soja e farelo de soja entre os meses de janeiro a março de 2021 (correspondente ao período investigado), com valor estimado de R$ 22,5 milhões, com indícios de que não houve cessação da atividade criminosa.
 
Para prática dos crimes, foram constituídas empresas do ramo de transporte e comércio de grãos, a fim de que pudessem realizar o transporte, adulteração das cargas e posterior comércio da mercadoria desviada com aparência de licitude. Foram identificadas oito pessoas jurídicas envolvidas no esquema.
 
Modo de ação

No primeiro tipo de crime, o farelo de soja era carregado em uma empresa em Primavera do Leste, com destino ao terminal de cargas em Rondonópolis. Então, era feita a clonagem de outro caminhão com a mercadoria adulterada nas empresas da organização criminosa.
 
O caminhão clonado adentrava no pátio da empresa, com a conivência de funcionários envolvidos no esquema, e a mercadoria adulterada era descarregada. O caminhão com a carga sem adulteração retornava à empresa do investigado, onde era descarregada e posteriormente comercializada por valores abaixo do preço de mercado, gerando um lucro aproximado de R$ 100 mil por carga desviada.  


 
Em outra frente criminosa, com foco nos produtos soja a granel e farelo de soja, era realizado o aliciamento dos motoristas de caminhão e as cargas sem adulteração, provenientes de várias regiões do estado, eram levadas até a empresas dos investigados, onde eram adulteradas com areia para serem entregues no terminal ferroviário

A organização criminosa oferecia grande quantidade de dinheiro aos funcionários da empresa vítima coniventes com as fraudes - quando não conseguiam cooptar, proferiam ameaças de morte para intimidá-los.

Segundo o delegado da Derf Rondonópolis, Santiago Rozendo Sanches, o grupo criminoso aproveitava da grande quantidade de grãos transportados pelo terminal de cargas (média de mil caminhões por dia) para a consumação dos crimes. "Após a descarga dos vagões de trem e a mistura do produto, é difícil constatar que se trata de material adulterado", explicou o delegado.



O delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, destacou que o objetivo da operação é a desestabilização da organização criminosa e cessação dos crimes praticados pelo grupo, "As investigações seguem em andamento para apuração da responsabilidade dos receptadores (pessoas que adquiriram os grãos), além de possíveis crimes tributários e de lavagem de dinheiro", disse.

Nome da operação

A operação foi batizada de Grãos de Areia, em razão do principal insumo utilizado para adulteração de cargas. Um dos investigados e líder do grupo criminoso adquiriu, em três meses, areia suficiente para construir um prédio de 30 andares, mesmo não atuando no ramo da construção civil, restando apurado que se tratava da matéria prima utilizada nos crimes.
 
 
 
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