O senador Jayme Campos (UNIÃO) reprovou a quebra de decoro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deixar o país para não passar a faixa presidencial a Lula (PT). O mato-grossense chamou de perversidade a atitude de Bolsonaro de alimentar um discurso golpista entre seus apoiadores e disse que o petista foi um “craque” ao decidir chamar “o povo” para lhe empossar.

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“O Bolsonaro, com todo o respeito, eu acho que ele pisou na bola. As pessoas que seguem ele estão há mais de 60 dias sendo alimentadas por essa possibilidade de golpe de estado, de estado de sítio, de que o Lula não ia assumir. Acho que ele foi muito perverso com essas pessoas que são apaixonadas por ele. Viajou para Orlando e não deu a mínima satisfação para esse pública que ainda está na frente dos quartéis debaixo de sol e de chuva”, criticou Jayme Campos.

Bolsonaro viajou para os Estados Unidos na semana passada, mas desde a eleição do dia 30 de outubro ele já havia sinalizado que não faria o ato simbólico de transferência de mandato.

Na falta do ex-presidente, a equipe que organizou a posse elencou oito cidadãos brasileiros que representam a diversidade do país para o ato. Entre os escolhidos para acompanhar Lula estava o cacique mato-grossense Raoni Metuktire, líder indígena conhecido internacionalmente por sua luta pela preservação da Amazônia e dos povos indígenas.

“A transição foi feita! E vamos ser honestos? O Lula foi um craque ao decidir que nem o presidente da Câmara e nem do Senado lhe passassem a faixa, mas membros da sociedade, pessoas humildes, representantes dos povos indígenas. Isso fez com que a passagem da faixa fosse ainda mais valorizada ao ser entregue pelas mãos do povo brasileiro”, considerou.

Jayme disse ainda que vai adotar uma posição de independência no Congresso, apesar de seu partido ter indicado três ministros para a gestão de Lula. Todavia, ele afirmou que está esperançoso em relação ao novo governo.

“Evidentemente há uma expectativa muito grande em relação ao novo governo do Lula. De qualquer forma, eu diria que há muita esperança, tendo em vista a experiência, as decepções que ele acumulou, e eu torço e rezo para que ele faça um governo exitoso e que possa melhorar os índices do Brasil, principalmente a pobreza que hoje é enorme. E torcer também para que ele possa pacificar o País. Ele foi consagrado e está aí a demonstração da força das nossas instituições, tanto o Congresso como o Judiciário”, pontuou.